quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eleita nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas

Milton Simas Junior foi eleito presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul para o triênio 2013-15. Na eleição realizada de 16 a 18 de julho, o coordenador de Comunicação do Sindicato dos Bancários encabeçou a chapa única que obteve 238 votos dos 280 votantes. Nas urnas, 24 cédulas foram anuladas e 18 foram depositadas em branco. Para a Comissão de Ética da entidade, foram eleitos Antônio Carlos Hohfeldt, Moisés dos Santos Mendes, Flávio Antônio Camargo Porcelo, José Antônio Dios Vieira da Cunha e Carlos Henrique Esquivel Bastos, tendo como suplentes Antônio Silveira Goulart, Christiane Finger Costa, Sandra de Fátima Batista de Deus, Marcos Emílio Santuário, Edelberto Behs e Celestino Meneghini. Nas eleições para a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), foram 287 votantes. A chapa 1, liderada por Celso Schröder, recebeu 215 votos, contra 55 para a chapa 2, de Pedro Pomar, além de 7 brancos e 10 nulos. A escolha da Comissão de Ética da Fenaj ainda depende do cômputo dos votos nos demais Estados. Luiz de Azevedo Compiani Júnior, único gaúcho na disputa, foi o mais votado no Rio Grande do Sul. A eleição, junto com o pleito da FENAJ, terminou às 20h de quinta-feira, 18 de julho. O presidente da Comissão Eleitoral, Ercy Pereira Torma, registrou a tranquilidade do pleito, não havendo anotação de qualquer anormalidade nem apresentação de protestos de qualquer ordem. Foram dez urnas itinerantes, que percorreram a Capital, e duas fixas na sede do Sindicato, além de outras dezesseis enviadas para o Interior do Estado. Os trabalhos da mesa apuradora encerraram às 13h30min desta sexta-feira, 19. Ercy Torma assinou a ata final, reconhecendo como legítimos todos os dados contidos. Schröder foi o mais votado no RS para a FENAJ e Simas foi eleito presidente do SINDJORS Nova diretoria do Sindicato A chapa eleita para a diretoria do Sindicato dos Jornalistas do RS é encabeçada por Milton Siles Simas Júnior, tendo como vice-presidente Luiz Armando Vaz, e Vera Daisy Barcellos Costa como segunda vice-presidente. O secretário será Ludwig Farias Larré, e Márcia de Lima Carvalho a segunda secretária. A Tesouraria fica por conta de Robinson Luis Estrásulas, com Renato Bohusch como segundo tesoureiro e suplentes José Maria Rodrigues Nunes e Luis Salvador Machado Tadeo. O Conselho Fiscal será formado por Celso Augusto Schröder, José Carlos de Oliveira Torves e Antônio Eurico Ziglioli Barcellos, tendo na suplência José Emanuel Gomes Mattos, Adroaldo Bauer Spindola Correa e Cláudio Garcia Machado. A Diretoria Geral terá ainda os jornalistas Celso Antonio Sgorla, Fernando Marinho Tolio, Carlos Alberto Machado Goulart, Cláudio Fachel Dias, Elson Sempé Pedroso, Mauro Roberto Lopes Saraiva Júnior, Léo Flores Vieira Nuñez, Alan da Silva Bastos, Jeanice Dias Ramos, Jorge Luiz Correa da Silva, Márcia Fernanda Peçanha Martins, Ana Rita Marini, Clarissa Leite Colares, Neusa Teresinha Nunes e Pedro Luiz da Silveira Osório.

Minha montanha

Leio 'Poemas clássicos chineses', de onde extrai um dos mais bonitos. Chama-se 'Diante da montanha de Jingting' e foi escrito por Li Bai (701-762). Ei-lo: Os pássaros já partiram todos. Mesmo a nuvem solitária afasta-se ao longe. E nós, minha montanha, ficamos aqui, os dois, sozinhos, a nos contemplar um ao outro sem nos cansar jamais.

domingo, 14 de julho de 2013

Yoga, silêncio, luz

Vivi uma experiência diferente neste final de semana do sítio Terra E Magia, no Morro da Borrúsia (Osório. O grupo de Kriya Yoga realizou iniciação em mantra, reunindo pessoas de Caxias do Sul (maioria), Porto Alegre, Florianópolis e São Paulo. Fui espectador privilegiado, nos momentos possíveis, no Templo da Luz e junto à fogueira. Vejam as fotos e sintam a luz as pessoas.

Na mata

Lá fora os pássaros cantam, o galo, os gansos e outros bichos acompanham. Ouço os sons da mata na madrugada que se vai. Da janela grande, envidraçada e sem cortina, vejo o verde e respiro. As estrelas escondidas anunciam um dia emburrado e nublado. Não importa: vou viver, falar, gritar, andar, pela mata adentrar. Passei dias importantes na

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Contra a imprensa: o alvo universal

Publicado originalmente em: http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed753_o_alvo_universal Carlos Brickmann Quando as manifestações começaram, lideradas por grupos de esquerda, havia palavras de ordem contra os meios de comunicação. A polícia, ao reprimir as manifestações, atirou com balas de borracha no rosto de jornalistas. Quando os grupos que lideravam as manifestações passaram a manifestar-se contra o PT e as teses de esquerda, apresentaram suas palavras de ordem contra os meios de comunicação. A acreditar nos locutores de TV, as manifestações eram belíssimas e pacíficas, embora houvesse pequenos grupos de vândalos, repudiados por todos, praticando algumas barbaridades. E que faziam esses vândalos? Tinham palavras de ordem contra jornalistas e veículos de comunicação, e incendiaram veículos e equipamentos de rádio e TV que estavam a seu alcance. Nas redes sociais, a Globo foi acusada de oposicionismo sistemático, de petismo e de governismo. A Folha de S.Paulo foi acusada por governismo e antigovernismo, conforme as informações que divulgava e desagradavam ora a uma ala, ora a outra. Será que ninguém gosta de nós, jornalistas? Não é bem assim (nossas mães, por exemplo, gostam de nós). Mas o explosivo crescimento das redes sociais, com a abertura de possibilidade de manifestação a quem antes não tinha acesso aos meios de comunicação, valoriza neste momento as vozes mais radicais. Radical, seja de que lado for, não gosta de jornalista. Há opiniões parecidíssimas sobre o papel da imprensa vindas da direita e da esquerda, expressas por fascistas e por comunistas – não esses de hoje, mas os de antigamente, que estudavam Marx e os grandes teóricos revolucionários. A valorização do papel dos meios de comunicação é tese dos liberais, como Thomas Jefferson. Mas num momento de radicalismo como o atual os liberais perdem espaço. Afinal de contas, não dá para ser um radical de centro. A perseguição aos jornalistas certamente contribuiu para a perda de qualidade na cobertura. Colocar as câmeras em helicópteros, prédios, drones permite fazer imagens excelentes, mas fica faltando alguém no meio das multidões, ouvindo as conversas, fazendo perguntas, buscando respostas. Contribui, também, para reduzir o nível de politização das manifestações. Como ninguém sabe exatamente quem está na passeata, e as teses são amplíssimas – contra tudo o que está aí, por mudanças já, em favor da população – permite-se que se junte no mesmo grupo o petista, o antipetista, o que acha que a PEC sabe-se lá de que número vai favorecer os bandidos, o que acha que a polícia deveria matar algumas centenas de pessoas com cara de marginais para mostrar que o combate ao crime agora é para valer, o que quer botar os condenados do mensalão na cadeia e o que quer anular o processo do mensalão, para evitar que pessoas tão boas sejam presas. Em resumo, gregos e goianos ficam lado a lado, sem que um saiba o que o outro pensa. No entanto, para que as manifestações deixem saldo positivo, é importante que se saiba o que os manifestantes pensam, de que lado estão, qual sua proposta política. Sem isso, o que sobra é a imagem dos pontapés em vitrines e de coquetéis molotov atirados em prédios públicos e lojas. Quem é quem De acordo com o noticiário, “movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação” realizaram, na noite do dia 25/6, uma reunião no vão livre do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista, e resolveram “aproveitar o ambiente de efervescência política para pautar o assunto”. Eram cerca de cem participantes, que decidiram manifestar-se diante da Rede Globo na semana seguinte. O noticiário, para variar, foi acrítico; mas, se havia “movimentos”, eram, para justificar o plural, pelo menos dois grupos; e, juntos, reuniam cem participantes. Ou seja, cinquenta para cada um, e isso na melhor das hipóteses. A valorosa torcida do Íbis, O Pior Time do Mundo, é bem maior do que isso. E, a propósito, a notícia aceita como boa a frase “democratização dos meios de comunicação”. Que democratização é essa, cara-pálida? Impedir que jornalistas façam seu trabalho é democratizar? O custo da festa A presidente Dilma Rousseff lançou a ideia do plebiscito, oposicionistas e governistas discutem se é democrático ou não, se há ou não golpismo na proposta, as redes sociais debatem o que deve ser votado. Há outra discussão paralela: plebiscito ou referendo? O que foi pouquíssimo debatido (e este colunista encontrou um bom apanhado em um único jornal, O Estado de S.Paulo, cujo noticiário foi aproveitado em outros veículos que compram as informações) é a viabilidade técnica do plebiscito. Em quanto tempo é possível realizá-lo? Qual o custo do plebiscito? De acordo com o Estadão, se tudo correr bem e houver colaboração geral, será possível realizar o plebiscito no início de setembro, com gastos de R$ 500 milhões. O custo é alto (as eleições municipais custaram ao Tesouro R$ 395 milhões) principalmente pela falta de tempo para um bom planejamento. “Quanto maior o planejamento, menor é o custo”, diz a ministra Carmen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Outro fator a encarecer o eventual plebiscito é o vandalismo que tomou conta de várias passeatas, o que obrigará o TSE a reforçar a segurança com apoio de militares das três forças. E é provável que se tenha de gastar mais algum dinheiro com a propaganda das eleições: será preciso enfatizar que o voto é obrigatório e explicar as questões que serão votadas. Reclamar da imprensa Se o caro colega quiser reclamar de algum defeito no carro, há ótimas colunas especializadas em jornais, portais e blogs. Se tiver problemas com alguma compra, há amplo espaço para reclamação nos grandes veículos. Mas experimente ter algum problema com assinatura de jornais ou revistas: é bom ser religioso, praticante e militante, pois vai mesmo é ter de queixar-se ao bispo. Um conceituado jornalista, João Bussab, renovou com antecedência sua assinatura de Exame, da Editora Abril, aproveitando uma promoção. Pagou a renovação integralmente, no banco, sem aceitar a oferta de parcelamento em quatro vezes. E aí começaram seus problemas. Recebeu um boleto da Abril informando que ele tinha pago a primeira parcela e deveria pagar mais três. Ligou para o “vamos estar providenciando para que o senhor possa estar renovando sua assinatura da Abril”, e lá falou com cinco atendentes. Inútil: teria de mandar o xerox do canhoto com o pagamento integral. Mandou o xerox. Alguns dias depois, o tal SAC ligou-lhe outra vez pedindo tudo de novo, ou não poderíamos estar renovando a assinatura. E, para uma empresa organizada, cujo presidente, aliás, é banqueiro conceituado, não seria difícil apurar a verdade: bastaria verificar se caiu na sua conta a quantia integral ou um quarto dela. Mas por que simplificar se é possível complicar? E por que tratar bem um cliente, se é possível chateá-lo? É Dóris de novo Há alguns anos, ela surgiu como um novo fenômeno de comunicação: a belíssima Dóris Giesse, excelente apresentadora, carismática, jornalista de primeiro time, foi âncora da Record e do SBT, transformou-se na cara do Fantástico, criou um programa que marcou época, Dóris para Maiores. Dóris acabou rompendo com a TV, casou-se com o jornalista Alex Solnik, criou seus filhos, sumiu dos meios de comunicação. Mas Dóris está de volta, e pela Internet. Em julho, em poucos dias, ela estreia o portal www.dorisparamaiores.com.br. Nada contra a TV: o portal é apenas um começo, um degrau na retomada da posição que sempre foi sua nas grandes redes. Dóris promete: “Vou mostrar que estou viva”. A vida de quem resistiu Um pequeno jornal alemão, o Münchener Post, de Munique, foi o maior adversário do líder nazista Adolf Hitler no país. Era contra Hitler antes que ele tomasse o poder; manteve-se contra Hitler quando se tornou ditador do país e passou a eliminar quem quer que se opusesse. Hitler e os nazistas tinham um ódio especial pelo Münchener Post, que chamavam de “cozinha venenosa”. Os nazistas atacavam seus profissionais na rua e por duas vezes depredaram sua redação (alguma comparação com os dias atuais?) “A batalha travada entre Hitler e os corajosos repórteres do Post é um dos grandes dramas nunca relatados da história do jornalismo”, escreveu o jornalista americano Ron Rosenbaum. A história magnífica da luta de um jornal contra a máquina destruidora do nazismo foi levantada por uma jornalista brasileira, Silvia Bittencourt. É um belo trabalho de reconstituição histórica, muito bem escrito. Lançamento na terça-feira, dia 2/7, às 19h, na Livraria Martins Fontes (Avenida Paulista, 509, São Paulo), com debate da autora com o crítico literário Manuel da Costa Pinto, da Folha de S.Paulo e da TV Cultura. Como... Título de um grande portal noticioso: ** “Confrontos na Maré, no Rio, deixam 8 mortos” Texto sob o título, no mesmo portal: ** “Tiroteios deixam nove mortos no Complexo da Maré, no Rio” ...é... De uma publicação na internet destinada a jornalistas: ** “(Fulano) assumi a (...) em São Paulo”. Claro: se o verbo é “assumir”, por que usar “assume”? ...mesmo? Título de um grande blog noticioso: ** “Lei que descrimina casamento homossexual é derrubada nos EUA” Texto: ** “EUA declara inconstitucional lei que discrimina casamento entre pessoas do mesmo sexo,” Afinal, que lei é que foi derrubada: a que discrimina o casamento entre pessoas do mesmo sexo (ou seja, deixa de valer a discriminação) ou a que descrimina (ou seja, agora o casamento homossexual passou a ser crime)? A forma correta é a liberal: a lei que discriminava os casais do mesmo sexo foi derrubada pela Suprema Corte. As não notícias Há coisas que a gente acha (“suponho que vá chover à tarde”) e coisas que a gente sabe (“meu carro é vermelho”). Por que, nos meios de comunicação, só há coisas que talvez sejam, ou talvez não sejam, pode ser? A resposta é simples: como antigamente o sujeito era qualificado como criminoso tão logo alguém suspeitava dele, e esse comportamento dos jornais foi muito criticado, a orientação mudou: evitar ao máximo as classificações antecipadas. E, como dá trabalho saber se a classificação é antecipada ou não, evite-se ao máximo qualquer afirmação. Veja só como as coisas ficaram: 1. – “Escolas do DF não abrem devido a protesto e suposta greve de ônibus” Afinal, havia greve ou não havia? 2. – O deputado Natan Donadon vai ficar na História do país como pioneiro: foi o primeiro deputado a ser preso por corrupção, depois de regularmente condenado em processo judicial. Mas, no noticiário, embora tenha sido condenado em última instância, com trânsito em julgado, não é culpado, não, nem os crimes que supostamente cometeu são crimes de verdade, mas apenas supostos crimes. “Donadon foi considerado culpado pelo Supremo em outubro de 2010 por supostamente liderar uma quadrilha que desviava recursos da Assembleia Legislativa de Rondônia. Os desvios teriam ocorrido entre 1995 e 1998, num total de R$ 8,4 milhões. A condenação foi decidida por 7 votos a 1, com pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão em regime fechado, além de multa.” Cabe uma pergunta: a condenação foi decidida ou teria sido decidida por 7 votos a 1? Frases Do jornalista José Luiz Teixeira: ** “O que é isso, companheiro? Estou achando curiosas algumas análises sobre as manifestações que tacham de direita aqueles que protestam contra a corrupção. Desde quando exigir ética na política é ser de direita, companheiro?” De Luiz Fernando Garcia, pelo twitter: ** “Srs. publicitários: suspenso por tempo indeterminado o uso da expressão grande queima de estoque para o mercado automobilístico”. Do jornalista Laerte Rimoli: ** “A comida da moda é Escondidinho de Lula”. E eu com isso? Faça um plebiscito. Ou um referendo, sabe-se lá. Mais um estrangeirismo, como diria Arthur de Azevedo, intelectual que foi da Academia Brasileira de Letras cento e poucos anos antes de Fernando Henrique e uma eternidade, imagina-se, antes de Lula. Mas plebiscite: política ou frufru? Excelências ou celebridades? Não dá para competir. Este colunista conhece uma senhora que prefere errar muito para não ter o trabalho de ler sequer a marca de um produto, mas lê sem preguiça qualquer informação sobre a novela que ela viu ontem ou verá hoje à noite. Então, vamos! ** “Maria Flor passeia com as amigas pela praia de Ipanema” ** “Prince Jackson passeia com a namorada antes de depor” ** “Suzana Werner curte praia com os filhos no Rio” ** “Katie Holmes caminha sorridente enquanto planeja festa para divórcio” ** “Julia Lemmertz anda de bicicleta na orla” ** “Miley Cyrus chega de mini short e camiseta para se apresentar em programa” ** “Flavia Alessandra embarca no Santos Dumont com look roqueira” ** “Adele e Jay-z se encontram em festa da gravadora” ** “Sabrina Sato e o namorado jantam com Márcio Garcia” ** “Show de Justin Bieber agita o Staples Center, em Los Angeles” ** “Luigi Baricelli se diverte em feira com produtos de Taiwan” ** “Sarah Jessica Parker e Matthew Broderick levam filho à estreia de musical” ** “Famosos assistem ao show de Diana Ross em São Paulo” ** “Famosos aderem às tatuagens nas costas” O grande título Faz muitos, muitos anos. Num baile de Carnaval, a principal repórter era a ótima Cristina Prochaska. A folhas tantas, passa uma foliã nua e o câmera passou a acompanhá-la. O diretor de TV, preocupado com a repercussão que a cena da genitália desnuda (expressão que só se usa no Carnaval) teria entre os telespectadores, decidiu mudar de imagem, e gritou para o câmera: “Na Prochaska!” O câmera talvez não tenha entendido bem, e focalizou firme a foliã nua, com destaque para a prochaska. E, quanto mais o diretor de TV mandava focar na Prochaska, mais o câmera focava na prochaska, até que o diretor cortou para os comerciais (e sabe-se lá se não cortou o câmera também). Faz muitos, muitos anos. Mas veja o título de agora: ** “Apresentadora leva susto com ‘aranha gigante’ em câmera” Pois é, pois é. E não é fácil destacar-se numa semana pródiga em títulos inesquecíveis. ** “Gandolfini comeu e bebeu muito antes de morrer” Mas, após ir a óbito, como adoram dizer os policiais, não mais comeu nem bebeu. Agora o grande título, numa semana de grandes títulos: ** “Wanessa confessa fazer hidratação no cabelo duas vezes por semana” Terá sido habilmente interrogada para confessar tamanha transgressão? *** Carlos Brickmann é jornalista, diretor da Brickmann&Associados Comunicação

Relatório: jornalismo domina rede social durante protestos pelo país

O noticiário produzido por jornais, portais e TVs brasileiros dominou os compartilhamentos em redes sociais durante os protestos que pararam o Brasil em junho. Entre 6 e 22 de junho, links da mídia brasileira responderam por 80% dos endereços de maior alcance nas principais "hashtags" das manifestações no Twitter, segundo dados do site Topsy. Só 5% eram postagens em blogs. No Facebook, embora não seja possível analisar a composição dos links, a imprensa também multiplicou seu alcance. Levantamento no site SocialBakers mostra que triplicou no período o volume de pessoas que comentam e compartilham textos de jornais e revistas brasileiros. Foi o que ocorreu com a página da Folha no Facebook: de uma média de 200 mil interações diárias antes dos protestos, o conteúdo do jornal saltou para quase 600 mil interações de 20 a 22 de junho. Com 1,7 milhão de fãs, nos dias do protesto o site do jornal viu mais do que dobrarem as visitas vindas do Facebook. AUTORIDADE Segundo especialistas, reportagens de jornais e portais compartilhadas em ferramentas como Twitter e Facebook tiveram o papel de embasar informações, opiniões e críticas dos manifestantes. Fábio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Internet e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo, diz que os levantamentos confirmam estudos do seu grupo: "As autoridades [informativas] têm se caracterizado por ser da imprensa". Com isso, os usuários de redes sociais usam notícias para legitimar afirmações: "É um papel estratégico que a imprensa ocupou". Rosental Calmon Alves, diretor do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas, aponta a simbiose entre mídia social e jornalismo. "Apesar de ter sido articulado fora da mídia tradicional, o movimento se nutre do jornalismo. Este se torna ainda mais importante como instância verificadora, preparada para investigar e publicar fatos." LIDERANÇA O relatório sobre Jornalismo Digital de 2013, divulgado na semana passada pelo Instituto Reuters, de Oxford, apresenta os brasileiros na dianteira mundial no compartilhamento de notícias. Enquanto 44% dos brasileiros trocam e comentam reportagens via mídia social, só 8% dos alemães e dos japoneses o fazem. Os espanhóis chegam mais perto: 30%. Realizada pela YouGov, a pesquisa ouviu 11 mil internautas de EUA, Reino Unido, França, Dinamarca, Alemanha, Itália, Espanha, Japão e Brasil. Os resultados "sugerem que a cultura de um país é o que define o engajamento com as notícias on-line", segundo Nic Newman, ex-estrategista digital da BBC e coordenador do relatório. A cultura brasileira "é muito social" fora da rede, comenta Newman, o que se reflete também no on-line. DESMENTIR BOATOS A imprensa teve outro papel nos protestos: o de validar ou desmentir informações desencontradas disseminadas por usuários das redes De um falso Jô Soares anunciando duas mortes em uma manifestação, no Facebook, ao alerta geral sobre um golpe militar, no Twitter, os boatos se espalharam sem controle naquele período. Outro boato dizia que a presidente Dilma Rousseff havia declarado que desligaria a internet se as manifestações prosseguissem. A origem deste último foi identificada em sites de humor. Mas os demais se perdem no emaranhado de versões que acabaram recebendo guarida em perfis do Facebook e contas do Twitter. Um deles dizia que um dos depredadores da sede da Prefeitura de São Paulo seria a mesma pessoa que rasgou as cédulas de jurados na apuração do Carnaval de 2012, Tiago Ciro Tadeu Faria. Na realidade o agressor era o estudante de arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, como revelou a imprensa. "Você vai descascando, descascando, e é como telefone sem fio: lá atrás era outra coisa", afirma Leonardo Sakamoto, professor de jornalismo da PUC-SP. Ele chegou a postar em seu blog no UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, "os dez mandamentos para jornalista de Facebook e Twitter". O primeiro é "não divulgarás notícia sem antes checar a fonte de informação". Folha On Line

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Cobrem do legislativo...

Antes de atacarem o Executivo, lembrem o comportamento recente do Legislativo. Uma das propostas pela presidenta Dilma como resposta às recentes manifestações pelo país - o endurecimento das penas para o crime de corrupção - já foi derrubada pela Câmara em pelo menos duas oportunidades. Como agirão agora os nossos parlamentares?

Sem, com

Sem medo, com olhar, sem vacilar com visar, sem arremedo, com enredo, sem gritar, com silêncio, sem prenúncio, com anúncio. Sem, com... O que vale?

Diploma sempre

Em 2009, escrevi este artigo no Jornal do Comércio. Não adiantou, pois o STF capitulou diante do poderio da grande mídia. Mas a luta continua no Congresso e os mesmos argumentos de quatro anos atrás continuam valendo.

Reforma Política: contribuições da CUT para o plebiscito

A Central Única dos Trabalhadores congratula a iniciativa da vossa Excelência Dilma Rousseff, presidente da República, de propor “um debate sobre a convocação de um plebiscito que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política de que o país necessita". Como consta das Resoluções do 11º. Congresso Nacional da CUT (julho de 2012), “a CUT constata que a relação de forças no atual Congresso Nacional bloqueou até mesmo a tímida reforma eleitoral que se discutia, o que coloca em pauta a questão da convocação de uma Assembléia Constituinte Soberana que dê a palavra ao povo brasileiro, como instrumento que supere os obstáculos levantados pela classe dominante a qualquer transformação de fundo no nosso país. A CUT, ao defender uma reforma política alternativa à democracia parlamentar e corporativa e, ao questionar a hegemonia da economia privada ou mista, defende uma nova relação entre transformação política e econômica”. (grifo nosso) Em nossa plataforma, aprovada há um ano, reafirmamos a necessidade de uma Reforma Política ampla e profunda, que contemple o aperfeiçoamento da democracia representativa e o fortalecimento da democracia participativa do povo brasileiro. Esse é o desejo inequívoco demonstrado nas recentes manifestações populares e em recentes pesquisas de opinião. São itens indispensáveis para isso: 1- Fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, que macula indelevelmente o processo eleitoral, e que é fonte importante de corrupção; 2- Voto proporcional em lista partidária, com alternância de sexo, definidas em convenções partidárias democráticas e transparentes, a partir de critérios públicos; 3- Fidelidade partidária e programática; 4- Diminuição do número de assinaturas para projetos de Iniciativa Popular e mecanismos de facilitação de coleta; 5- Tramitação diferenciada e prioritária dos projetos de lei de Iniciativa Popular; 6- Inclusão de mecanismos para a democratização do Poder Judiciário e impedimento de judicialização dos conflitos; 7- Combate à corrupção tornando-a crime inafiançável; 8- Fim da imunidade parlamentar para crimes penais e de corrupção; 9- Fim do Senado; 10- Proporcionalidade de representação dos Estados da Federação; 11- Eliminação de cláusulas de barreira; 12- Institucionalização do caráter deliberativo das Conferências de políticas públicas e dos Conselhos Nacionais; 13- Estabelecimento de limite mínimo de 18 anos de idade para concorrer a cargos eletivos, permitindo uma saudável e necessária renovação geracional. Tais propostas pressupõem um fórum constituinte novo, especificamente eleito para essa finalidade, tendo em vista a comprovada incapacidade de o atual Congresso Nacional levar a cabo qualquer reforma política ampla e profunda. O Brasil está mudando; é preciso aproveitar a oportunidade para consolidar novas formas de organizar a sociedade e o Estado. O Brasil necessita de reformas estruturais de caráter democrático e popular, estruturadas em processos de democracia direta e participativa, na construção de um novo marco ético-político. A reforma política é caminho essencial para aperfeiçoar as relações entre Estado e sociedade e solucionar os graves problemas enfrentados pelos poderes constituídos. II- Plebiscito ou Referendo No entanto, na eventual impossibilidade de um processo constituinte especifico, tendo em vista as alternativas colocadas pelos diversos partidos políticos, agentes sociais e governamentais, como o plebiscito e o referendo, acreditamos que a proposta de referendo não se coaduna com a vontade de participação e de mudança política expressa pelas ruas. Referendo é apenas um sim ou não a propostas previamente aprovadas por um Congresso Nacional que se mostrou incapaz, até o momento, de viabilizar essa transformação da política brasileira. O povo brasileiro quer participar mais ativamente dos rumos da vida política nacional, como demonstrado, e, diante dessas duas alternativas, o Plebiscito pode ser um mecanismo possível, neste momento, de dar voz ao povo que quer mudanças na vida política nacional, na representação política no Congresso Nacional e no comportamento dos parlamentares e políticos eleitos. Desta maneira, uma vez convocado o Plebiscito, cremos serem essenciais as seguintes questões para decisão do povo brasileiro: * Fim do financiamento eleitoral por empresas privadas. O financiamento eleitoral é central no modelo eleitoral brasileiro, pois conta majoritariamente com recursos privados, de pessoas físicas e jurídicas - cerca de 90% - e com recursos do fundo partidário. Grandes empresas e conglomerados econômicos injetam valores expressivos nas campanhas partidárias, alterando substancialmente a correlação de forças e as chances de eleição de candidatos ligados ao movimento sindical ou popular. Os altos custos das campanhas eleitorais tornam os parlamentares e políticos eleitos reféns do poder econômico, e não mandatários da vontade da população que os elegeu . Desta maneira, o mecanismo atual favorece a corrupção e a influência do poder econômico nos destinos na nação. As campanhas eleitorais devem ter financiamento exclusivamente público, definido de maneira pública e transparente, observando-se critérios para o acesso aos recursos, como a densidade eleitoral dos partidos, e igualmente divididos entre homens e mulheres. * Voto proporcional em lista partidária, com alternância entre homens e mulheres, definidas em convenções partidárias democráticas e transparentes, a partir de critérios tornados públicos O voto proporcional e nominal do atual sistema, no qual o voto direto em um candidato soma-se à quantidade de votos do partido e/ou coligação e, ao final, a proporcionalidade de votos válidos de cada partido/coligação para fins de fixação do número de vagas, distorce a composição dos legislativos e consequentemente a representatividade. É assim que partidos com baixa representatividade na sociedade ampliam o seu número de cadeiras nos legislativos, a partir da votação massiva nos chamados “puxadores de votos”, por vezes sem a necessária identificação e comprometimento partidário. Ou seja, permite a figura do “partido de aluguel”, em que troca-se de partido como quem troca de roupa, o que não é admissível numa democracia. A pessoa eleita tem que comprometer-se com um ideário, com o qual seus eleitores se identificaram e por isso nele votaram. A lista partidária, definida em convenções partidárias democráticas e transparentes, a partir de critérios tornados públicos, favorece a fidelidade partidária e programática, evitando-se a troca de partidos por interesses privados ou pessoais. De um lado favorece a formação de partidos mais sólidos e comprometidos com projetos e propostas e, de outro, democratiza as relações partidárias internas, evitando a burocratização das direções partidárias, com critérios de definição de listas públicos e transparentes. * Diminuição do número de assinaturas para projetos de Iniciativa Popular e tramitação diferenciada e prioritária dos projetos de lei de Iniciativa Popular O país demonstrou nas ultimas semanas sua vontade de construir o protagonismo popular na construção das políticas públicas e na definição de rumos. É preciso portanto criar mecanismos que favoreçam os projetos de lei de iniciativa popular, aproximando o povo das casas legislativas. " Fim do Senado O sistema atual, bicameral, em que ao Senado compete o papel revisor em relação aos projetos iniciados na Câmara de Deputados, agrava a ausência de proporcionalidade e sobrevaloriza o papel do Senado na produção legislativa. O Senado, assim, acaba por apropriar-se de prerrogativas da Câmara, aumentando o seu poder. O modelo, ao contrario de preservar o equilíbrio federativo, tende a subvertê-lo, afastando-se ainda mais das questões que interessam a população. * Inclusão de mecanismos para a democratização do Poder Judiciário e impedimento de judicialização dos conflitos Também faz parte da necessária mudança da vida pública brasileira criar mecanismos de democratização do Poder Judiciário brasileiro e para o fim da judicialização dos conflitos. No nosso país, os Poderes Executivo e Legislativo possuem mecanismos constitucionais, ainda que insuficientes ou necessitando aprimoramento , que garantem algum tipo de participação popular e controle social, como a realização de eleições regulares por exemplo. O único Poder em nosso país em que não se prevê nenhum tipo de participação popular ou controle social é o Judiciário. Um país verdadeiramente democrático não pode conviver com essa exceção, também é preciso avançar na adoção de mecanismos democráticos e de transparência no Poder Judiciário. III – Considerações finais Caso o Plebiscito seja a maneira escolhida para a definição dos caminhos centrais da reforma política externamos ainda uma preocupação. Preocupa-nos a formulação das perguntas, pois a dubiedade na pergunta ou perguntas que induzam respostas podem deslegitimar o próprio processo plebiscitário e seu caráter democrático. Em nossa opinião, as perguntas para o plebiscito devem ser objetivas e concentradas de 3 a no máximo 5 grandes temas (perguntas). Nesse momento, conclamamos a todos os governantes, o Congresso Nacional e os partidos a ficar atentos às necessidades do país por mudanças profundas, que atendam aos interesses de toda a sociedade e não aos de uma pequena parcela composta pelos detentores do capital. A reforma política é a mãe de todas as outras possíveis reformas, pois garante transparência no processo eleitoral brasileiro. O fim do financiamento privado para as campanhas eleitorais, entre outras medidas, coíbe a corrupção e coloca obstáculos na intervenção do poder econômico das grandes empresas e corporações nas eleições, é fundamental para que essa mudança ocorra. Hoje é o dinheiro que ganha as eleições. O cidadão e a cidadã comuns não têm possibilidade de concorrer, muito menos vencê-las, porque não têm recursos. Com o fim do financiamento privado, os recursos serão divididos de forma democrática nos partidos, ou seja, as disputas serão de igual para igual, possibilitando que a diversidade e pluralidade da sociedade brasileira estejam representadas nas esferas públicas, em todos os níveis. Atenciosamente, Vagner Freitas de Moraes Presidente Nacional da CUT

Eleições no Sindicato ocorrem de 16 a 18 de julho

As eleições para a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul vão acontecer nos dias 16, 17 e 18 de julho. Haverá urna fixa na sede da entidade. Já as urnas voltantes estarão nas Delegacias Regionais e nas principais redações de veículos do Estado. Para o triênio 2013-2015, concorre uma única chapa, 'Orgulho de Ser Jornalista', encabe ada por Milton Siles Simas Júnior, atual vice-presidente do SINDJORS. Milton Simas nasceu em Porto Alegre há 49 anos, sendo jornalista formado pela Unisinos em 1993. Trabalhou na editoria de Polícia do jornal NH, na seção de Esportes do Pioneiro, em Caxias do Sul, e como correspondente do Jornal do Com rcio na Serra. De 1998 a 2004, atuou na assessoria de Imprensa da Prefeitura de Caixas do Sul. De volta a Porto Alegre, foi setorista do Sport Club Internacional no portal UOL e trabalhou na assessoria de Imprensa do Sindicato dos Enfermeiros do RS. Desde 2006 está no Sindicato dos Bancários, onde responde pela coordenação de Comunicação. Milita no SINDJORS desde 1996, quando foi eleito delegado sindical pelo Pioneiro. Foi diretor em outras gestões, e atualmente é vice-presidente da entidade. Nominata da chapa 1 - Orgulho de Ser Jornalista Presidente - Milton Siles Simas Júnior 1º Vice-presidente - Luiz Armando Vaz 2ª Vice-presidente - Vera Daisy Barcellos Costa 1º Secretário - Ludwig Farias Larré 2ª Secretária - Márcia de Lima Carvalho 1º Tesoureiro - Robinson Luis Estrásulas 2º Tesoureiro - Renato Bohusch Suplente - José Maria Rodrigues Nunes Suplente - Luis Salvador Machado Tadeo Conselho Fiscal 1º - Celso Augusto Schröder 2º - José Carlos de Oliveira Torves 3º - Antônio Eurico Ziglioli Barcellos 1º - Suplente - José Emanuel Gomes Mattos 2º - Suplente - Adroaldo Bauer Spindola Correa 3º - Suplente - Cláudio Garcia Machado Comissão de Ética Antônio Silveira Goulart Antônio Carlos Hohlfeldt Cristiane Finger Costa Flávio Antônio Camargo Porcelo José Antônio Dios Vieira da Cunha Suplentes Celestino Meneghini Edelberto Behs Sandra de Fátima Batista de Deus Marcos Emilio Santuário Moisés dos Santos Mendes Diretoria Geral Celso Antonio Sgorla Fernando Marinho Tolio Carlos Alberto Machado Goulart Cláudio Fachel Dias Elson Sempé Pedroso Mauro Roberto Lopes Saraiva Júnior Léo Flores Vieira Nuñez Alan da Silva Bastos Jeanice Dias Ramos Jorge Luiz Correa da Silva Márcia Fernanda Peçanha Martins Ana Rita Marini Clarissa Leite Colares Neusa Teresinha Nunes Pedro Luiz da Silveira Osório.

Jornalista cidadão

Jornalista, tu cobres tantas eleições. Sei que teu coração vibra com a cidadania do povo que vai às urnas. Jornalista, tu sabes da eleição no teu sindicato. Sei que teu coração vibra com a cidadania que é votar nos teus representantes.

Ídolo x treinador

Eu já vi lá e cá esta tal de esperança no ídolo. O passado como jogador, glorioso com certeza, nunca vingou na hora dele fincar os pés do lado de fora do gramado. Treinar é diferente de jogar. Mas, no imaginário do torcedor, tudo vale. Então, acreditem. porque eu respeito o sonho.

Inverno com cara de primavera na Redenção.

Porto Alegre, 22ºC. Fui caminhar no Parque da Redenção, meu vizinho. Aproveitei para clicar algumas imagens desta linda tarde e divido com vocês.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Jornalista é agredida ao cobrir paralisação de operários

A jornalista Laira de Souza Sampaio, correspondente do Correio do Povo em Canoas, estava fazendo fotos de grevistas por volta das 14h desta terça-feira, 2 de julho, quando foi pega pelo pescoço por um homem não identificado. Enquanto torcia as cordas da câmera fotográfica e do crachá, exigia saber se ela "era do sindicato". Laira tentava explicar que era da Imprensa, e o agressor queria arrancar a câmera e mandava tirar o cartão de memória. "Em questão de segundos, eu estava cercada por uns sete homens, que me insultaram e me empurravam. Depois de eu repetir sei lá quantas vezes, o cara leu o crachá e me empurrou, mandando eu ir em paz...", relata a jornalista, revoltada. "Parece que a mão dele ainda está apertando a minha garganta". Três mil funcionários da empreiteira UTC Engenharia, que está realizando a ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, fizeram paralisação em frente à Petrobras nesta terça-feira, desde as 5h. Quando foi solta, um outro homem disse para ela não dar bola, que ele estaria alterado e achava que a jornalista estava lá enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre - STICC. Hostilizado pelos trabalhadores, Laira foi até a Brigada Militar, que estava no portão da refinaria, para denunciar o fato. Ao ver que ela estava com os policiais, o agressor fugiu do local, e a BM escoltou a jornalista por algumas quadras. No final da tarde, Laira de Souza Sampaio esteve na Delegacia de Pronto Atendimento de Canoas para registrar a ocorrência. O STICC ligou para a jornalista e ofereceu acompanhamento caso precise retornar ao local nos próximos dias. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul repudia toda a violência cometida contra profissionais e vai acompanhar o caso de perto. "É inadmissível que um profissional ainda seja agredido em pleno exercício da profissão. Estamos vendo milhares de brasileiros nas ruas, em um belo exercício de democracia, e uma colega sofre violência enquanto cobre uma manifestação justa de trabalhadores. O Sindicato repudia a atitude e vai acompanhar a apuração dos fatos pelas autoridades policiais”, declara o vice-presidente do SINDJORS, Milton Simas. Um projeto de lei para federalização dos crimes contra jornalistas está tramitando atualmente no Senado.

O imaginário do torcedor

Eu já vi lá e cá esta tal de esperança no ídolo. O passado como jogador, glorioso com certeza, nunca vingou na hora dele fincar os pés do lado de fora do gramado. Treinar é diferente de jogar. Mas, no imaginário do torcedor, tudo vale. Então, acreditem. porque eu respeito o sonho.

Jornalista, vote!

Jornalista, tu cobres tantas eleições. Sei que teu coração vibra com a cidadania do povo que vai às urnas. Jornalista, tu sabes da eleição no teu sindicato. Sei que teu coração vibra com a cidadania que é votar nos teus representantes.

Escrever

Escrevo para dividir minha vida. Quem quiser, a acolha. Quem não quiser, a espie.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Eu sei onde estava. E você?

Pessoal, vamos falar sério? Lembro onde eu estava em diversos momentos das lutas pela cidadania desde a ditadura. Muitos companheiros e companheiras também, com certeza. Por isso, não gostamos do expurgo promovido por pessoas inexperientes nos últimos dias. Muitas pelo motivo citado, mas outras intencionalmente, por detestarem os movimentos sociais.

O Brasil não mudará em profundidade enquanto a classe média sentir mais os feridos da Paulista do que os mortos da Maré

Da colega jornalista Eliane Brum sobre a classe média e as mobilizações. Marcante texto, longo, mas essencial. Você está na sala assistindo à TV. Ou está no restaurante, com seus amigos. Ou está voltando para casa depois de um dia de trabalho. Você ouve tiros, você ouve bombas, você ouve gritos. Você olha e vê a polícia militar ocupando o seu bairro, a sua rua. É difícil enxergar, por causa das bombas de gás lacrimogêneo, o que aumenta o seu medo. Logo, você está sem luz, porque a polícia atirou nos transformadores. O garçom que o atendia cai morto com uma bala na cabeça. O adolescente que você conhece desde pequeno cai morto. Um motorista está dirigindo a sua van e cai ferido por um tiro. Agora você está aterrorizado. Os gritos soam cada vez mais perto e você ouve a porta da casa do seu vizinho ser arrombada por policiais, que quebram tudo, gritam com ele e com sua família. Em seguida você vê os policiais saírem arrastando um saco preto. E sabe que é o seu vizinho dentro dele. Por quê? Você não pergunta o porquê, do contrário será o próximo a ser esculachado, a ter todos os seus bens, duramente conquistados com trabalho, destruídos. Se você está em casa, não pode sair. Se você está na rua, não pode entrar. O que você faz? Nada. Você não faz nada porque não aconteceu com você. Você não faz nada especialmente porque se sente a salvo, porque sabe que não apenas não aconteceu, como não acontecerá com você. Não aconteceu e não acontecerá no seu bairro. Isso só acontece na favela, com os outros, aqueles que trabalham para você em serviços mal remunerados. Aconteceu na Nova Holanda, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, na segunda-feira passada (24/6). Com a justificativa de que pessoas se aproveitavam da manifestação que ocorria na Avenida Brasil – o nome sempre tão simbólico – para fazer arrastão, policiais ocuparam a favela. Um sargento do BOPE morreu e a vingança da polícia começou, atravessou a madrugada e boa parte da terça-feira. Saldo final: 10 mortos, entre eles “três moradores inocentes”. Os brasileiros foram às ruas, algo de profundo mudou nas últimas semanas, tão profundo que levaremos muito tempo para compreender. Mas algo de ainda mais profundo não mudou. E, se esse algo ainda mais profundo não mudar, nenhuma outra mudança terá o peso de uma transformação, porque nenhuma terá sido capaz de superar o fosso de uma sociedade desigual. A desigualdade que se perpetua no concreto da vida cotidiana começa e persiste na cabeça de cada um. Quando a polícia paulista reprimiu com violência os manifestantes de 13 de junho, provocando uma ampliação dos movimentos de protesto não só em São Paulo, mas em todo o Brasil, houve um choque da classe média porque, dessa vez, muitos daqueles que foram atingidos por balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo eram seus filhos, irmãos e amigos. Como era possível que isso acontecesse? Era possível porque a polícia militar – e não só a de São Paulo, como se sabe e tem se provado a cada manifestação, nas diversas cidades – agiu no centro com quase a mesma truculência com que cotidianamente age nas favelas e nas periferias. Quase com a mesma truculência, porque algumas vozes se levantaram para lembrar que nas margens as balas são de chumbo. Balas de borracha, como foi dito em tom irônico, seria um “upgrade”. A polícia fez, portanto, o que está acostumada a fazer no dia a dia das periferias e favelas, o que é ensinada e autorizada a fazer. E muitos policiais devem ter se surpreendido com a reação da opinião pública, já que agem dessa maneira há tanto tempo e as reclamações em geral ficavam, até então, limitadas às mesmas organizações de direitos humanos de sempre. E então veio a Maré. E, em vez de balas de borracha, as balas eram de chumbo. Em vez de feridos, houve mortos. E, ainda que o massacre tenha tido repercussão, especialmente no Rio de Janeiro, ela foi muito menor e menos abrangente do que quando a violência foi usada no centro de qualquer cidade. Por quê? Seriam os brasileiros da Maré ou de outras favelas menos brasileiros do que os outros? Seriam os humanos da Maré ou de outras periferias menos humanos do que os outros? Sangrariam e doeriam os moradores da Maré menos do que os outros? É preciso que a classe média se olhe no espelho, se existe mesmo o desejo real de mudança. É preciso que se olhe no espelho para encarar sua alma deformada. E perceber que essa polícia reflete pelo menos uma de suas faces. Parece óbvio, do contrário essa polícia não seguiria existindo e agindo impunemente, mas às vezes o óbvio é esquecido em nome da conveniência. É fácil renegar a polícia militar como algo que não nos diz respeito, como sempre fazemos com as monstruosidades que nos envergonham. Sem precisar assumir que essa polícia existe como resultado de uma forma de ver a sociedade e se posicionar nela – uma forma que perpetua a desigualdade, dividindo o país entre aqueles que são cidadãos e têm direitos e aqueles que não têm nenhum direito porque, mesmo que trabalhem dura e honestamente, são criminalizados por serem pobres. No momento em que os mortos da Maré incomodam menos que os feridos da Paulista ou de outros lugares do Brasil, se justifica e legitima a violência da polícia. Se justifica e legitima de várias maneiras – e também por aqueles que sentem menos a violência da Maré do que a da Paulista, apesar de ela ser numa proporção muito maior, a começar pela diferença das balas. Se justifica e se legitima e se perpetua porque, ainda que não confessado, mas claramente expressado, vive-se como se os mais pobres, os que moram em favelas e periferias, pudessem ter suas casas invadidas, seus bens destruídos e suas vidas extintas. Se fosse você ou eu na Maré, reconheceríamos os rostos dos que tombam e estaríamos lá, aterrorizados com a possibilidade de sermos os próximos a virar estatística. O garçom que caiu morto com um tiro na cabeça é Eraldo Santos da Silva, 35 anos. Quem estava no restaurante contou que os policiais do BOPE atiraram no transformador para o local ficar às escuras e então mudar a cena do crime, retirando as cápsulas do chão. O garoto de 16 anos que foi assassinado se chama Jonatha Farias da Silva. A polícia disse que ele estava com uma arma na mão, mas várias pessoas que o conhecem desde criança afirmam ser impossível. Jonatha é descrito como um menino tímido e muito sozinho que perdeu a mãe de tuberculose aos 11 anos e vivia com um irmão mais velho num quarto de quatro metros quadrados. Engraxava sapatos e vendia biscoitos nos congestionamentos da Linha Vermelha para sobreviver, enquanto sonhava com ser mecânico. O motorista ferido quando dirigia a van alvejada por tiros é Cláudio Duarte Rodrigues, de 41 anos. Foi levado ao hospital por moradores, mas despachado para casa com a bala ainda alojada no glúteo. Só depois uma ONG obteve a promessa de uma ambulância para buscá-lo. Você ainda poderia ser a empregada doméstica que ouviu os policiais arrombarem a porta da casa do seu vizinho, ouviu seus gritos – “Me larga! Socorro!” – e o viu ser retirado de lá, dentro de um saco preto. Mas isso não acontece com você, nem com seus filhos. Nem comigo. Mas, ainda que não aconteça, como é possível sentirmos menos? Ou mesmo não sentir? Ou ainda viver como se isso fosse normal? Ou olhar distraidamente para a notícia no jornal e pensar: “mais uma chacina na favela”? Em que nos transformamos ao sentir menos a morte de uns do que a de outros, a dor de uns do que a de outros, mesmo quando olhamos para uns e outros apenas pela TV? O que torna isso possível? É preciso parar e pensar. Porque esses, que assim morrem, só morrem porque parte da sociedade brasileira sente menos a sua morte. É cúmplice não apenas por omissão, mas por esse não sentir que se repete distraído no cotidiano. Por esse não sentir que não surpreende ninguém ao redor, às vezes nem vira conversa. Essa polícia que mata nos reflete, por mais que recusemos essa imagem no espelho. São vários os discursos que se imiscuem na vida cotidiana e penetram em nossos corações e mentes, justificando, legitimando e perpetuando a ideia de que a vida de uns vale menos do que a de outros, de que a vida dos mesmos de sempre vale menos do que a dos mesmos de sempre. Um desses discursos é a afirmação, que nesse caso foi assumida e amplificada por parte da imprensa, de que a polícia teria admitido que “três moradores mortos eram inocentes”. A frase tem tom de denúncia, ao afirmar que a polícia reconheceu a morte de “inocentes” na Maré. A declaração expressa, de fato, a ideia de que ao menos esses três não deveriam ter sido assassinados. Por oposição, cabe a pergunta: e os outros deveriam? Essa frase diz ainda mais: se “três são inocentes”, aceita-se automaticamente e sem maior investigação que os demais seriam suspeitos de tráfico e outros crimes – e destes, quase nada ou nada é contado. É nesse ponto que se oculta algo ainda pior contido nesse discurso, que é a aceitação da pena de morte de suspeitos. Ou seja, os supostamente “não inocentes”, os supostamente “bandidos”, “traficantes”, “vândalos” poderiam, então, ser mortos? É isso o que se diz nas entrelinhas. Mas não seriam todos “inocentes”, até julgamento em contrário, dentro do ritual jurídico previsto pelo Estado de direito? Sem contar que a lei brasileira não prevê a pena de morte de julgados e condenados por crimes, nem sequer os hediondos. Mas o Estado, com o aval de uma parte significativa da sociedade, executa suspeitos. A aceitação dessa quebra cotidiana da lei pelo Estado está presente na narrativa dos acontecimentos – e a imprensa tem um papel importante na reprodução desse discurso: “três deles eram inocentes”, “morreram em confronto”, “morreu ao resistir à prisão”, “troca de tiros” são algumas das expressões entranhadas nos nossos dias como se tudo explicassem. Como se isso fosse corriqueiro – e não monstruoso. Mesmo para a morte de “inocentes”, fora as mesmas vozes dissonantes de sempre, se atribui expressões como “efeito colateral”. E parece ter sido fácil para a classe média aceitar que o “efeito colateral” é a morte dos filhos, dos irmãos, dos pais e das mães dos pobres. Em um artigo no site do Observatório de Favelas, que vale a pena ser lido (aqui), Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré e da Divisão de Integração Universidade Comunidade PR-5/UFRJ, faz uma análise da frase dita na TV pelo consultor de segurança pública Rodrigo Pimentel: “Fuzil deve ser utilizado em guerra, em operações policiais em comunidades e favelas. Não é uma arma para se utilizar em área urbana”. Ele criticava, em 18/6, a imagem de um policial militar atirando para o alto com uma metralhadora, perto de manifestantes que praticavam ações violentas em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Como afirma Eliana, parece um comentário “natural, racional e equilibrado”, mas, de fato, o que ele está dizendo? Que na favela pode. E, fora uma ou outra voz, como a dela, não causa nenhuma surpresa. Nem mesmo se estranha que na favela pode, nos protestos do centro não. A palavra “confronto” encobre forças desiguais – e o que tem sido chamado de “confronto” seguidamente não é o que diz ser. Mesmo em confrontos de fato trata-se o que é desigual como se fosse igual, também simbolicamente. Como se uma das forças em confronto não encarnasse o Estado e tivesse, portanto, de respeitar a lei e seguir parâmetros rígidos de conduta – e não igualar-se a quem supostamente está no outro lado. Como se a polícia, como aconteceu na Maré, tivesse autorização para se vingar pela morte – lamentável – do sargento do BOPE, entrando na favela e arrebentando. E o sargento do BOPE Ednelson Jerônimo dos Santos Silva, 42 anos, é também uma vítima desse sistema avalizado por uma parte significativa da sociedade dita “de bem”. A questão é que, se a polícia não tem autorização de direito, tem de fato. E tem porque a classe média sente menos a dor dos pobres. Tem autorização porque uma parcela da sociedade primeiro criminaliza os pobres – e, depois, naturaliza a sua morte. É por isso que a polícia faz o que faz – porque pode. E pode porque permitimos. A autorização não é dos suspeitos de sempre, apenas, mas de parte considerável dessa mesma classe média que vai às ruas gritar pelo fim da corrupção. Mas haverá corrupção maior, esta de alma, do que sofrer menos pelos mortos da Maré do que pelos feridos da Paulista? A autorização para a morte dos pobres é de cada um que sente mais as balas de borracha da Paulista do que as balas de chumbo da Maré. Sentir, o verbo que precede a ação – ou a anula. “Estado que mata, nunca mais!” é o chamado de um ato ecumênico marcado para as 15h desta terça-feira (2/7), com concentração na passarela 9 da Avenida Brasil, pelos moradores da Maré. A manifestação, anunciada como “sem violência e pacífica”, pretende lembrar os 10 mortos de 24 e 25 de junho, inclusive o sargento do BOPE. “Não é mais aceitável a política militarizada da operação do estado nos territórios populares, como se esses locais fossem moradas de pessoas sem direitos. Responsabilizamos o governador do Estado e o secretário de Segurança Pública pelas ações policiais nas favelas. Exigimos um pedido de desculpas pelo massacre e o compromisso com o fim das incursões policiais nas favelas cariocas, sustentadas no uso do Caveirão e de armas de guerra”, diz a chamada na internet. Este ato poderá se tornar um momento de inflexão nos protestos que atravessam o país. Saberemos então se os cidadãos das favelas estarão sozinhos, como sempre, ou acompanhados pelas mesmas organizações de direitos humanos de sempre – ou se o Brasil está, de fato, disposto a começar acurar sua abissal e histórica cisão.

Não posso ficar sozinho

Atentem para o que o pensador e pastor alemão Martin Niemoller disse, provavelmente após a II Guerra Mundial, num contexto de profunda mudança e conturbação social. Suas palavras resistem até hoje: "Primeiro levaram os judeus, mas não falei, por não ser judeu. Depois, perseguiram os comunistas. Nada disse então, por não ser comunista. Em seguida, castigaram os sindicalistas. Decidi não falar, porque não sou sindicalista. Mais tarde, foi a vez dos católicos. Também me calei, por ser protestante. Então, um dia vieram buscar-me. Mas, por essa altura, já não restava nenhuma voz que em meu nome se fizesse ouvir."

Greve convocada pela Internet não vinga

Segunda-feira, 1º de julho. Tudo funcionando em Porto Alegre e região metropolitana. Ônibus e Trensurb estão circulando normalmente. A greve convocada no anonimato da Internet não convenceu. Sem convocação de sindicatos e centrais sindicais não dá ...