Pela manhã, voltei da caminhada e parei no
café do supermercado. Gosto de ficar ali, ouvindo conversas e baixarias.
Entre uma e outra, tomo um pingado e uma água. Muitas vezes, dobro o
pedido. Hoje, fiz isso por culpa de um casal. Ou da mulher. Alucinada,
ela acusava o sujeito de traição. A cada ataque, ameaçava cortar um
órgão do homem.
A orelha ...
A língua...
Um dedo...
E o cara permanecia
calado. Só não matei minha curiosidade
porque o dono do café determinou a retirada dos brigões. Ainda ouvi ela
prometer a retirada do nariz do acusado. O interessante é que, até onde
ouvi, ela poupara os genetais do homem. Boba não é... E eu bati meu
recorde de café e água (três de cada). E sai rapidamente para tentar espiar o casal. Avistei-os 200 metros do café. De mãos dadas...