sábado, 17 de novembro de 2007

Política desastrosa para o trigo encarece o pão

Quem acompanha a questão da agricultura brasileira nas últimas décadas - como eu - não se surpreende com notícias de que o preço do pão vai subir por causa do aumento do imposto sobre o trigo na Argentina. Falam tanto em aumento dos impostos aqui que se esquecem que também pagamos pelo que é cobrado lá fora.
Eu já fazia reportagem da área rural no anos 80, quando o Brasil quase chegou à auto-suficiência na produção do trigo, ou seja, produzir o suficiente para atender à demanda nacional. Falava-se que, em breve, se produziria tanto que poderíamos vender o que sobrava. Mas o que aconteceu para que o quadro mudasse? É a pergunta que a maioria dos brasileiros fazem e poucos se apresentam para respondê-la.
Simples: por causa da política econômica da época, o governo retirou o subsídio ao trigo e a produção despencou. Tudo para cumprir acordos internacionais, que previam exportações, especialmente da vizinha Argentina. Hoje, o Brasil produz 3,5 milhões de toneladas, insuficientes para atender a um consumo de 10 milhões de toneladas. Com isso, precisa exportar anualmente o volume de 6,5 milhões de toneladas, sendo 5 milhões de toneladas dos vizinhos.
Então, por causa de uma decisão desastrosa adotada há mais de duas décadas, o aumento do imposto do trigo exportado pela Argentina reflete nos moinhos, nas padarias e nos supermercados brasileiros. Por conseqüência, no bolso do consumidor.
Enquanto isso, é incentivado o plantio de eucalipto onde se poderia semear o trigo ou outro alimento.

O analfabeto político

O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
depende das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
o corrupto e lacaio das empresas nacionais.

Beltold Brecht

Lula é o presidente mais bem avaliado pelos latinos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito, pelo segundo ano consecutivo, o governante mais bem avaliado pelos latino-americanos, de acordo com uma enquete da Corporação Latinobarômetro, com sede em Santiago, no Chile. O venezuelano Hugo Chávez e o americano George W. Bush estão empatados entre as piores avaliações.
De acordo com a enquete, o presidente brasileiro teve preferência de 5,7 pontos de uma escala de 0 a 10, na qual 0 significa avaliação muito ruim e 10, muito boa. A pesquisa ouviu 20.212 pessoas em 18 países da região. A presidente do Chile, Michelle Bachelet, foi a segunda líder mais bem avaliada, com uma preferência de 5,5 pontos.
Em terceiro lugar ficou o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, com 5,2 pontos, seguido por Felipe Calderón, do México, e Rafael Correa, do Equador, com 5,1 cada um. Em último lugar aparece o líder cubano Fidel Castro.
A pesquisa da Latinobarômetro foi realizada entre 7 de setembro e 9 de outubro, com amostras de 1 mil a 1,2 mil casos representativos de 100% da população nacional de cada país, com margem de erro de 3%.

Confira o resultado da avaliação (em %):

Luiz Inácio Lula da Silva - 5,7
Michelle Bachelet - 5,5
Alvaro Uribe - 5,2
Rafael Correa - 5,1
Felipe Calderón - 5,1
Evo Morales - 5,0
Tabaré Vásquez - 4,9
Néstor Kirchner - 4,8
Alan Garcia - 4,5
Hugo Chávez - 4,5
George W. Bush - 4,5
Fidel Castro - 4,3

Fonte: Reuters

Correr riscos...

Rir é correr o risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas devemos correr os riscos, porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.
Somente a pessoa que corre riscos é livre.