quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Educadores, obrigado. E parabéns por manterem a cabeça erguida a despeito do salário

Certamente vocês receberam hoje muitos cumprimentos pelo Dia dos Professores. Todos merecidos. Afinal, são responsáveis pela educação de muitos crianças, jovens e adultos que, mais tarde, serão destaque na sociedade, alcançando bons salários. Contudo, é notório ao longo dos anos o desinteresse de governantes e grupos educacionais em remunerá-los adequadamente.
Mesmo assim, vocês continuam de cabeça erguida, transformando crianças e jovens em homens e mulheres. Quero agradecer aqui os professores que me seguiram do primário (na minha época era assim) à academia. Mariléia foi a primeira e, em nome dela, agradeço os demais. Sem eles, eu não seria o que sou hoje. Sem vocês, milhões de cidadãos não estariam fazendo sucesso em suas profissões.
Meu sonho: valorização e melhores salários aos professores!
Parabéns e obrigado!

Melnick, empresa que arrancou árvores, é agora dona da rua em Porto Alegre


A construtora Melnick pretende construir um prédio de 19 andares na Rua Lima e Silva, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. O tamanho foge completamente da arquitetura do bairro, caracterizado por construções baixas. Com ou sem autorização, a empresa já arrancou árvores e transplantou outra no terreno em frente ao centro comercial Nova Olaria.
Hoje, sob uma chuva fina, o grupo apresentou aos moradores uma nova faceta: é dono da rua. Para permitir que máquinas possantes entrassem no terreno, interrompeu o trânsito por volta das 7h30min, no momento em que grande quantidade de carros e ônibus transitava pelo local. Trabalhores querendo trabalhar, e a Melnick se adonando da Lima e Silva, graças ao apoio de um rapaz grandalhão, com mais de dois metros de altura e cara de mau, de uma retroescavadeira.
De nada adiantaram os protestos e o buzinaço dos automóveis. A Brigada Militar e a EPTC, órgão responsável pelo trânsito, estavam longe. Quando um grupo de moradores protestou pacificamente em frente ao local, recentemente, viaturas foram deslocadas. Dois pesos, duas medidas. Essa será a rotina da rua durante e após a construção do chamado "espigão".
Perdem os moradores e todo mundo que transita pela rua, via de acesso ao Centro de Porto Alegre.



Código Florestal: a raposa no galinheiro

Renata Camargo, do site Congresso em Foco

Parlamentares da bancada ruralista conseguiram eleger o presidente e os três vice-presidentes da comissão especial de mudanças do Código Florestal brasileiro. Após diversos embates com ambientalistas, os ruralistas escolheram por 15 votos o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR) para presidente, Anselmo de Jesus (PT-RO) para 1º vice, Homero Pereira (PPS-MT) como 2º vice e Nilson Pinto (PSDB-PA) para a 3ª vice-presidência. Foram registrados ainda um voto em branco e dois nulos.
O nome indicado pelo presidente da comissão para relator é o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), indicado após acordo entre o PT e o PCdoB com a bancada ruralista. Aldo não tem apoio dos ambientalistas. O parlamentar ganhou antipatia do grupo dos verdes no debate sobre a liberação dos transgênicos e sobre a demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Os ruralistas acusam o deputado de defender os interesses dos ruralistas quando presidia a Câmara.
"Se a questão é polêmica, a minha primeira posição como relator é ter equilíbrio e tentar compatibilizar a preservação e a agricultura. Creio que nem ambientalistas devem temer um código que despreze o meio ambiente, nem os ruralistas devem temer um código financiado pelas ONGs estrangeiras", considerou Aldo após a eleição.


Enfraquecidos

Minoria na comissão especial, os parlamentares ambientalistas conseguiram impedir por várias sessões a votação da chapa única, indicada por ruralistas (leia mais e aqui também). Sem possibilidadade de recorrer a novas manobras regimentais, o líder do Psol, Ivan Valente (SP), e o líder do PV, Edson Duarte (BA), tentou hoje apelar para a “consciência dos deputados”.
“Alguém que lidera o movimento ruralista deveria se sentir impedido de presidir uma comissão que vai mudar a legislação ambiental brasileira. O setor ruralista tem total hegemonia aqui nesta comissão e acho isso uma incompatibilidade. Quero fazer um apelo para que o PT assuma sua responsabilidade nessa questão e assuma a relatoria”, considerou Ivan Valente.
A posição de Valente foi acompanhada pelo líder do PV, que pediu que o governo reveja a posição de apoio aos parlamentares da bancada ruralista. “O PT não só participou [da escolha da diretoria], como orquestrou. Mexer na legislação ambiental e esboçar um acordo desse viés é uma temeridade. O governo terá que bancar a responsabilidade do que será feito aqui”, disse Edson Duarte, referindo-se à articulação do PT em indicar Aldo Rebelo para a relatoria.


11 de dezembro

Com a derrota, parlamentares ligados aos ambientalistas apostam no debate em plenário para tentar equacionar o que eles chamam de “tratoraço da legislação ambiental”. Eles argumentam que as mudanças propostas pela bancada ruralista irão retirar conquistas ambientais importantes.
“Não é inteligente da parte deles [ruralistas] passar o trator como eles estão querendo. As mudanças propostas, se passarem aqui na comissão, não passam no plenário, mesmo com o apoio da base”, acredita o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
Os ruralistas têm pressa em modificar a legislação ambiental brasileira. A partir do dia 11 de dezembro passam a valer as punições do decreto que regulamenta a Lei de Crimes Ambientais. Esse decreto obriga os proprietários rurais a indicar a área a ser destinada à reserva legal (área de preservação) e torna mais rigorosas as penalidades para quem descumprir a legislação.
A data é considerada pelos ruralistas como o “11 de setembro da agricultura”, em analogia ao atentado terrorista nos Estados Unidos.