terça-feira, 29 de maio de 2012

“A Veja deve explicações ao país”, diz presidente da Fenaj


 A CPI realizada pelo Congresso Nacional que tenta investigar a influência do bicheiro Carlinhos Cachoeira sobre o poder público acabou suscitando um debate tão inesperado quanto necessário no país: a relação da mídia com as esferas de poder, sejam elas políticas ou econômicas.

  "A Veja acaba de nos produzir um dos piores momentos do jornalismo" | Fotos: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21


Samir Oliveira, Sul 21

A Polícia Federal identificou cerca de 200 conversas telefônicas entre o diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, e o contraventor. A divulgação dessas escutas mostra que Cachoeira pautava a publicação da editora Abril, que se deixava levar pelos interesses políticos de um empresário fortemente ligado ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM).
Diante desse cenário, alguns parlamentares têm defendido a convocação de Policarpo para depor na CPI, mesmo que o relator Odair Cunha (PT-MG) já tenha rejeitado pedido de informações a respeito. Para o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, a revista precisa explicar o que guiou sua prática jornalística nesse episódio. “A Veja tem que dar explicações ao Brasil. É preciso explicar como ela exerce a atividade jornalística com essas veleidades, com descompromisso e irresponsabilidade em relação a princípios éticos e técnicos consagrados pelo jornalismo”, entende.
Nesta entrevista ao Sul21, Schröder avalia a conduta da revista nesse e em outros episódios e defende a necessidade de um marco regulatório para a comunicação no país.
“Não é só um repórter, mas é a organização, a chefia da empresa, que conduz e encaminha uma atividade tecnicamente reprovável e eticamente inaceitável”

Sul21 – O que a CPI do Cachoeira pode nos dizer sobre a mídia brasileira?
Celso Schröder – A CPI está nos mostrando que a mídia é uma instituição como qualquer outra e precisa estar submetida a princípios públicos, na medida em que a matéria-prima do seu trabalho é pública: a informação. Quanto menos pública essa instituição for e mais submetida aos interesses privados dos seus gestores ela estiver, mais comprometida ficará a natureza do jornalismo. Como qualquer instituição, a mídia não está acima do bem e do mal, dos preceitos republicanos do Estado de Direito e do interesse público. Do ponto de vista político, a Veja confundiu o público com o privado. Do ponto de vista jornalístico, comete um pecado inaceitável: estabelecer uma relação promíscua entre o jornalista e a fonte. Não é só um repórter, mas é a organização, a chefia da empresa, que conduz e encaminha uma atividade tecnicamente reprovável e eticamente inaceitável. Todo jornalista sabe, desde o primeiro semestre da faculdade, que a fonte é um elemento constituidor da notícia na medida em que ela for tratada como fonte. A fonte tem interesses e, para que eles não contaminem a natureza da informação, precisam ser filtrados pelo mediador, que é o jornalista. A fonte, ao mesmo tempo em que dá credibilidade e constitui elemento de pluralidade na matéria, por outro lado, se não for mediada e relativizada pelo jornalista, pode contaminar o conteúdo.
"Os jornalistas não estão acima da lei e não podem estar acima dos princípios republicanos" | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Sul21 – Em que pontos a relação entre Policarpo Júnior e Cachoeira extrapolaram uma relação saudável entre repórter e fonte?
Schroder –
Ele não tratou o Cachoeira como fonte. O problema é um jornalista ou uma empresa jornalística atribuir a alguém uma dimensão de fonte única, negociando com ela o conteúdo e a dimensão da matéria e, principalmente, conduzindo a Veja para uma atuação de partido político. Esse é um pecado que a Veja vem cometendo há algum tempo. A oposição no Brasil é muito frágil. Por não existir uma oposição forte, a imprensa assume esse papel, o que é uma distorção absoluta. A imprensa não tem que assumir essa função, a sociedade não atribui a ela uma dimensão político-partidária, como a Veja se propõe. A Veja acaba de nos produzir um dos piores momentos do jornalismo. Quando houve o episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu (PT) por um repórter da Veja, eu escrevi um artigo dizendo que, assim como Watergate tinha sido o grande momento do jornalismo no mundo, a atuação da Veja no quarto de Dirceu foi um anti-Watergate. Mal sabia eu que teríamos um momento ainda pior. Não foi a ação individual de um repórter sem capacidade de avaliação. Foi uma ação premeditada e sistêmica de uma empresa de comunicação, de um chefe que conduzia seu repórter para uma ação imoral, tangenciando perigosamente a ilegalidade.
“A Veja é uma revista que coloca em jogo a matéria-prima básica da sua existência: a credibilidade. Parece-me um suicídio”
Sul21 – O mesmo pode ser dito para o episódio recente entre Policarpo Júnior e Cachoeira?
Schröder - Neste momento, isso se consolida. É uma revista que coloca em jogo a matéria-prima básica da sua existência: a credibilidade. Parece-me um suicídio, inclusive do ponto de vista de um negócio jornalístico. A não ser que a Veja esteja contando com um outro tipo de financiamento, ou já esteja sendo subsidiada por outro mecanismo que não seja decorrente da credibilidade e da inserção no público. Não temos dados concretos sobre isso, mas tudo leva a crer que, nesse momento, o financiamento da Veja esteja se dando por outro caminho. O comprometimento e o alinhamento inescrupuloso da revista a uma determinada visão de mundo conduz à ideia de que a Veja possa ter aberto mão de ser um veículo de comunicação para ser um instrumento político com financiamento deste campo.
Sul21 – Mas a revista já passou por períodos em que era mais comprometida com o jornalismo. Como ocorreu essa mudança?
Schroder –
Não é de agora que a Veja vem dando indícios de que abre mão de um papel de referência jornalística. A Veja foi fundamental para a redemocratização do país, foi referência para jornalistas de várias gerações e teve em sua direção homens como Mino Carta. Depois de um certo tempo, a revista começa a alinhar-se a um determinado grupo social brasileiro. É claro que os editores da revista têm opiniões e cumprem um papel conservador no país. Tudo bem que isso aconteça nas dimensões editoriais. Agora, que se reserve ao jornalismo informativo um espaço de discussão com contrapontos. Princípios elementares do jornalismo foram sendo abandonados e essa revista, que foi importante para a democracia e para o jornalismo, passa a ser um exemplo ruim que precisa ser enfrentado.


"Não é pouca coisa trazer o chefe da sucursal da Veja em Brasília para depor"

Sul21 – Como o senhor vê a possibilidade de Policarpo Júnior ser convocado para depor na CPI?
Schroder –
Tenho visto declarações de alguns políticos, como da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que diz que o envolvimento do Policarpo nisso representa um ataque à imprensa. Os jornalistas não estão acima da lei e não podem estar acima dos princípios republicanos. Se ele for convocado pela CPI, tem o direito de não ir. Se ele for, tem o direito de exercer a prerrogativa do sigilo de fonte. Mas a convocação não representa uma ameaça. A Veja tem que dar explicações ao Brasil. É preciso explicar como ela exerce a atividade jornalística com essas veleidades, com descompromisso e irresponsabilidade em relação a princípios éticos e técnicos consagrados pelo jornalismo. Questionar isso é fundamental. Os jornalistas e a academia têm obrigação de fazer esse questionamento.
Sul21 – Nesse sentido, não seria válido também convocar o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita?
Schroder –
Parece que seria deslocar o problema. Na CPI, a Veja é um dos pontos. O problema é a corrupção entre o Cachoeira e o Parlamento brasileiro. Um depoimento do Civita geraria um debate que desviaria os trabalhos da CPI. Não há dúvida de que a Veja praticou um mau jornalismo e deve prestar contas. A CPI tem gravações de integrantes da revista com o bicheiro. Que eles sejam convocados, então. Não é pouca coisa trazer o chefe da sucursal da Veja em Brasília para depor.
“A Fenaj não vai proteger jornalistas criminosos”
Sul21 – As críticas à Veja costumam ser rebatidas com argumentos que valorizam o trabalho supostamente investigativo feito pela revista, com diversas denúncias de corrupção. Entretanto, as gravações entre Policarpo e Cachoeira revelam como funcionava a engenharia que movia algumas dessas denúncias.
Schroder –
Há uma certa sensação de que estamos vivendo um momento de corrupção absoluta no país. E isso está longe de ser verdade. Basta olhar a história e ver que agora temos instituições democráticas funcionando. A imprensa cumpre um papel democrático e fiscalizador importante com a denúncia. O problema é que alguns setores, ao fazerem denúncias, atribuem um papel absoluto à ideia da corrupção. No caso da Veja, o pior de tudo é que a própria revista estava envolvida. Não é só um mau jornalismo sendo praticado. Há indícios perigosos de uma locupletação – que não precisa ser necessariamente financeira. Pode ser uma troca de favores, onde o que a Veja ganhou foi a constituição de argumentos para uma atuação política, não jornalística. Como se fosse o partido político que a oposição não consegue ser. Se a imprensa se propõe a esse tipo de coisa, volta a um patamar de atuação do século XVIII.  Se é para ser assim, que a revista mude de nome e assuma o alinhamento a determinado partido. Agora, ao se apresentar como um espaço informativo, a Veja precisa refletir a complexidade do espaço político brasileiro. Se ela não faz isso, está comprometendo o jornalismo e tangenciando uma possibilidade de ilegalidade que, se houver, precisa ser esclarecida. A Fenaj não vai proteger jornalistas criminosos.
Sul21 – A revelação desse modus-operandi da Veja está gerando uma discussão quase inédita no país: a mídia está debatendo a mídia. A revista Carta Capital tem dedicado diversas capas ao tema e a Record já fez uma reportagem sobre o assunto. É um fenômeno comum em outros países, mas até então não ocorria no Brasil.
Schroder –
Nos anos 1980, quando a Fenaj propôs uma linha para a democratização da comunicação, partimos da compreensão de que a democratização do país não havia conseguido chegar à mídia. O sistema midiático brasileiro, ao contrário de todas as outras instituições, não havia sido democratizado. Temos cinco artigos da Constituição nessa área que não estão regulamentados. Durante 30 anos tivemos diversas iniciativas de tentar construir  esse debate. A lógica da regulamentação existe em todos os países do mundo. Mas, no Brasil, isso enfrenta resistências de uma mídia poderosa, que fez os dois primeiros presidentes da República após a democratização. Sarney e Collor são dois políticos que saíram dos quadros da Rede Globo. Na presidência do Congresso tivemos outros afilhados da Rede Globo, como Antonio Carlos Magalhães, que também foi ministro das Comunicações. A mídia não só está concentrada, no sentido de ter monopólios, como está desprovida de qualquer controle público. Está absolutamente entregue à ideia de que a liberdade de expressão é a liberdade de expressão dos donos da mídia. Enquanto que o preceito constitucional diz que a liberdade de expressão é do povo, e o papel da mídia é assegurar isso.
“O espírito conservador está no DNA da Rede Globo. Ela acostumou-se à ideia de que para o seu negócio não deve existir nenhuma regra”


"As empresas alinhadas à ideia de que não podem estar submetidas à lei protegem-se" |

Sul21 – Quanto se conseguiu avançar nesse debate desde então?
Schroder – Estamos há 30 anos pautando esse debate até chegarmos a Confecom (Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009). A Fenaj consegue constituir a ideia de que esse debate precisa ser público, já que ele é omitido pela mídia, que atribui à essa discussão uma tentativa de censura. A Confecom, no início, teve a anuência das empresas. Eu fui junto com os representantes da RBS e da Globo aos ministros Helio Costa (Comunicações),  Tarso Genro (Justiça) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) propor a conferência. As empresas compreendiam que, naquele momento, a telefonia estava chegando e ameaçava um modelo de negócios. Mas, durante a Confecom, a Rede Globo e todos os seus aliados se retiraram, tentando sabotar mais uma vez o debate. O espírito conservador está no DNA da Rede Globo. Ela acostumou-se à ideia de que para o seu negócio não deve existir nenhuma regra. Acostumou-se a impor seus interesses ao país e, portanto, é ontológicamente contra qualquer regra. Naquele momento em que a Globo se retirou da Confecom ficou claro que não é possível contar com esses empresários para qualquer tipo de tentativa de atribuir à comunicação no Brasil uma dimensão pública, humana e nacional, regida por princípios culturais, democráticos e educacionais, não simplesmente pelo lucro fácil e rápido.
Sul21 – O editorial do jornal O Globo defendendo a revista Veja é um indício de que há um corporativismo muito grande entre os donos da mídia tradicional?
Schroder –
O princípio que os une é aquele verbalizado pela Sociedade Interamericana de Imprensa: Lei melhor é lei nenhuma. As empresas alinhadas à ideia de que não podem estar submetidas à lei protegem-se. Abrigadas no manto de uma liberdade de expressão apropriada por elas, protegem seus interesses e seus negócios, atuando de uma maneira corporativa e antipública.  O jornalismo é fruto de uma atividade profissional, não é fruto de um negócio. Jornalismo não é venda de anúncios. Jornalismo é, essencialmente, o resultado do trabalho dos jornalistas. Portanto, a obrigação dos jornalistas é denunciar sempre que o jornalismo for maculado, como ocorreu com a Veja. Seria, também, uma obrigação das empresas jornalísticas, na medida em que elas não estejam envolvidas com esse tipo de prática. Ao tornarem-se cúmplice e acobertarem esse tipo de prática, as empresas aliam-se a elas. Essas empresas disputam o mercado, mas protegem-se no que consideram essencial, no sentido de inviabilizar a ideia de que exercem uma atividade submetida aos interesses públicos, como qualquer outra.

Gilmar sem credibilidade

Do colega Mário Marcos de Souza:
"Da série 'Tenho visto coisas': primeiro foi o grampo da conversa entre Gilmar Mendes e Demóstenes Torres, lembram? O áudio nunca apareceu e a polícia não comprovou grampo. Depois, foi a história dos telefones do Supremo, que estariam grampeados. Mais uma vez, a perícia mostrou que era fantasia. Agora, vem a história da conversa de Lula tentando influenciar decisão do Supremo, que teria sido revelada por Gilmar Mendes à Veja. Nelson Jobim, que participou da conversa, desmentiu tudo. É o tipo de situação que determina o seguinte: cada um escolhe o lado em que acreditar."
Ou seja, o Gilmar Mendes não tem credibilidade. E os veículos da grande mídia continuam correndo atrás dele para ele dizer a mesma coisa. Vai virar santo para os veículos.

Jornais entupidos de anúncios e ruas de carros

Páginas dos jornais são fartas na publicação de anúncios de automóveis.
Ruas de Porto Alegre abarrotadas de veículos, a maioria apenas com o condutor.
Eu, que não gosto de dirigir, sou vítima da tranqueira, mesmo usando lotação ou táxi.
De bicicleta, é inseguro. Ciclovias são limitadas.

Índia da boca pequena

Lembrei do pedaço de uma canção cujo autor não recordo.
"Índia da pele morena
Sua boca pequena
eu quero beijar."

sábado, 26 de maio de 2012

Empate com gosto de vitória

O Inter, desfalcado e mal escalado pelo treinador, esteve duas vezes em desvantagem de dois gols.
Com ajustes no segundo tempo, achou técnica e raça para empatar o jogo em 3 a 3.
Os gols de Fabrício e Dátolo de fora da área mostram que o time passa por cima das adversidades.
Valeu, Inter. E a torcida colorada presente no Engenhão festejou muito.
O empate não deve esconder os erros da defesa nos três gols dos Flamengo. Tampouco a escalação com três volantes. Mas o poder de reação do time foi contagiante..

Assembleia de jornalistas gaúchos defende piso nacional de R$ 3,7 mil

Os jornalistas gaúchos que participaram na manhã desta sexta, 25, da Assembleia Geral Extraordinária, aprovaram por unanimidade a pauta de negociação a ser apresentada ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Rio Grande do Sul e das Empresas de Rádio e Televisão no Estado do Rio Grande do Sul. Em um total de 62 clausulas, os profissionais defenderam a implantação imediata do piso nacional da categoria no valor de R$ 3.732,00, que começa a ser discutido no Congresso Nacional, além de garantir melhor qualidade de vida aos jornalistas. Para quem recebe acima do piso, a assembléia aprovou a reposição do INPC, além do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no ano de 2011, equivalente a 2,7%, e um percentual de 15,4% a título de recuperação de perdas inflacionárias dos últimos cinco anos. Entre as cláusulas sociais, destaca a implementação de uma comissão paritária composta por membros dos três sindicatos, para criação de um protocolo de saúde e segurança dos jornalistas gaúchos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, a indicação do piso nacional é um marco da luta dos jornalistas brasileiros em defesa da dignidade profissional da categoria. Ele aponta que a pauta deve ser apresentada até o dia 31 aos presidentes dos dois sindicatos patronais. Como a data base dos jornalistas gaúchos é 1º de junho, Nunes ressalta que todos os profissionais poderão contribuir para garantir a aplicação das reivindicações aprovadas em assembleia, que permanece aberta até o fechamento do Acordo Coletivo.
Hoje tem jogo do colorado na Europa e no Rio. Daqui a pouco, 10h30min, contra a Dinamarca, a seleção brasileira terá Damião e Oscar, além de Sandro e Juan, crias do Beira-Rio. Mais o Giuliano no banco. É jogo decisivo para o Mano Menezes, que está com a corda no pescoço.
À tarde, 18h30min, teremos o jogo contra o Flamengo no Engenhão. O time estará desfalcado e mal escalado pelo treinador. Mas confio no meu Inter!

Teatro da Ospa sai

Festejemos o andamento das obras do Teatro da Ospa, no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. Trata-se de um espaço para a cultura que demorou para ser aprovado. Agora vai!

Menos imposto, mais carros

Não vejo com bons olhos a decisão do Governo de reduzir o IPI dos carros. Com isso, mais gente comprará o seu, andará sozinha (um absurdo!), entupirá as ruas e aumentará a poluição. Ah, a cultura do automóvel...
Quem aproveita a situação são os jornais, que estão hoje repletos de anúncios de concessionárias de veículos. A apelo é a medida adotada pelo Governo.

Veto parcial ao Código Florestal agrada pequenos

A manchete do jornal Zero Hora a respeito dos vetos do Governo ao Código Florestal é clara: "Veto irrita grandes e agrada a pequenos." Perfeito. Anistiar desmatadores e não obrigar a recuperação de margens de rios seria absurdo. Foi parcial o veto de Dilma, mas a decisão mostrou que a grande campanha dos brasileiros funcionou. Viva nossas florestas!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Desrespeito aos direitos humanos não pode abrigar-se na liberdade de imprensa

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) torna público seu veemente repúdio à produção e exibição, no programa "Brasil Urgente", da TV Band Bahia, de entrevista que expõe à humilhação um jovem negro detido pela polícia, acusado de assalto e estupro. Programas policialescos, irresponsáveis e sensacionalistas não podem ser tolerados pela sociedade por se travestirem de produções jornalísticas. Na verdade, estes programas ferem os princípios e a ética do Jornalismo e configuram abuso das liberdades de expressão e de imprensa, por violarem os direitos constitucionais da cidadania.

A entrevista “Chororô na Delegacia: acusado de estupro alega inocência”, veiculada no programa "Brasil Urgente", foi feita por Mirella Cunha, que não é jornalista profissional, na 12ª Delegacia de Itapoã. As atitudes da entrevistadora, que em nada segue a técnica e a ética jornalísticas, deixam evidente a intenção de constranger e humilhar o jovem detido. Diante da sua alegação de inocência da acusação de estupro e de sua disposição de submeter-se a exame pericial para comprová-lo, a entrevistadora debocha do jovem por ele não saber o nome do exame que poderia ser feito para compravar sua inocência e dá gargalhadas.

A entrevista ganhou repercussão nacional pelo YouTube, onde foi postada sob o título “Acusado de estupro quer fazer exame de próstata”. A Band, diante da repercussão negativa na rede mundial de computadores, divulgou nota em que anuncia que “a postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora". Informações extraoficiais dão conta de que ela foi demitida.

A FENAJ defende, quando couber, a aplicação de medidas disciplinares aos profissionais do Jornalismo. Entretanto, a Federação dos Jornalistas alerta a sociedade brasileira para a necessidade de responsabilização das empresas da mídia, que definem os formatos de seus programas e os impõem aos profissionais e ao público.

Infelizmente, o caso em voga, registrado na Bahia, não se esgota em si. Práticas semelhantes ocorrem cotidianamente na produção pseudojornalística da grande imprensa – principalmente em programas popularescos de cobertura policial transmitidos em rádios e TVs –, ferindo a dignidade humana.

Diante de tamanho desrespeito aos direitos humanos e transgressão aos princípios do Jornalismo e à ética jornalística, cometidos não só pelos profissionais que se sujeitam a tais práticas, como também pelas empresas que as promovem e pelos agentes do Estado que cometem abuso de poder, a FENAJ reivindica do governo da Bahia a apuração dos fatos e das responsabilidades, no âmbito dos órgãos de segurança pública, e do Conselho Estadual de Comunicação medidas para coibir práticas semelhantes, acionando, no que couber, o Ministério Público Estadual e os poderes constituídos.

Brasília, 23 de maio de 2012.

Diretoria da FENAJ

Sofrimento de secador

O futebol é fascinante até para o secador (eu, ontem).
Os dois jogos da Libertadores foram decididos nos minutos finais e gostei de um resultado.
No outro, passou quem eu menos queria.
Coisas do futebol ...

Verdades e mentiras

Quantas verdades já golpeaste?
Quantas mentiras já acolheste?
Verdade de uns, mentira de outros.

Sem trabalho escravo

Por que será que parlamentares da bancada ruralista resistiram tanto à emenda constitucional que estabelece punição para quem ainda pratica o trabalho escravo?
Afinal, quem não o pratica não deve temer nada...

Nuvens sem pingos

Na vida tua de cada dia,
passam nuvens escuras,
temporais que anunciam,
pingos que não caem.

A verdade

No jornalismo, na história e na literatura não existe apenas uma verdade.
Os bons profissionais perseguem múltiplas versões.
A sociedade agradece.

Planícies e alturas

Ando na planície à procura
de um lugar para sentar
e garantir silêncio.
Depois, com certeza,
poderei gritar por liberdade
nas alturas da vida.

Sem amarras

Livrei-me das amarras. Tirei a tala que imobilizava meu braço esquerdo por conta de uma tendinite. Sou canhoto e não conseguia fazer nada com a mão direita. Tortura!
Agora, seguirei outros tratamentos..

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mais uma "ite"


E mais uma "ite" me atinge. Desta vez, trata-se de uma tendinite nos tendões do braço esquerdo. Estava sendo tratado com antiinflamatórios, que não resolveram. Agora, imobilizaram meu braço e devo ficar longe do computador e de atividades físicas por pelo menos uma semana. Pior: a mão esquerda é a do mouse. Este post está sendo escrito de forma horrível com a mão direita, como se eu estivesse catando milho. Agora, vou me ausentar. Fiquem bem e até breve.

domingo, 20 de maio de 2012

Minha mãe e a neta caçula


Encontro de gerações na casa de minha mãe Suely, 75 anos, em Barra do Ribeiro (RS). Na foto, ela é toda sorriso ao lado da neta caçula Fernanda, dois anos e dez meses. A guria sapeca, minha sobrinha e afilhada , fez pose.

Inter joga bem e Damião é destaque

Estou retornando do Beira-Rio, onde torrei com o sol no primeiro tempo e vi dois belos gols do meu time. O Inter jogou bem, teve atuações individuais importantes e o coletivo também funcionou. Leandro Damião fez um golaço, deu assistência para o de Dagoberto e infernizou a zaga do Coritiba. Uma bola na trave, após um petardo do atacante, foi outro destaque. Ele merecia o gol.


Enfim, o Inter iniciou bem o Brasileirão e fez o dever de casa. Agora, vamos ver como se comporta sem Damião e Oscar (ambos na foto) no domingo. Ambos estarão de seleção e farão imensa falta. Vamos, Inter! Rumo a tetra nacional.

Foto: Jefferson Bernardes/ Preview.com/Gazeta Press

Distância

Por que esta distância?
Minha proximidade te afasta.
Deveria agregar, unir.

O dom

O dom, sabe o dom?
Não é para todos.
Insista, porém não canto.
Mas guardo no canto
olhar, toque e sentido
do lindo encanto teu.
Que não é para todos.

Feira ecológica

Feira ecológica na Redenção ferve, pois o dia é propício. Já fiz parte de meu rancho de legumes, grãos e sementes, inclusive quinoa, que me indicaram. Tomo um cafezinho num local bacana e retorno às compras. Até!

Na hora certa

Um dia, no momento certo, na hora exata, estarás aqui para desatar os nós que, naquela noite de péssimas lembranças e desatino teu, amarraste as possibilidades se seguir em frente.

Vou ao jogo, quero título

O Internacional, meu clube, lança campanha para mobilizar a torcida nos jogos do Brasileirão.
Eu, torcedor, lanço campanha para que o clube não venda jogadores e contrate peças para posições carentes.
Alguma coisa está errada quando um clube com mais de 100 mil associados precisa contratar uma agência de publicidade para chamar o torcedor. Nos anos 70, sem este montante de sócios, o Beira-Rio botava 80 mil, 90 mil, 100 mil pessoas nos jogos. Agora, é 23 mil no Gre-Nal e na final do Gauchão. Minha crítica é construtiva, até porque eu estarei no estádio hoje, apoiando o time.

Mundo insano

É triste abrir o jornal no início do dia e levar um soco no estômago.
Uma menina do interior gaúcho é morta com várias facadas no caminho para a escola.
Um sonho interrompido e a sensação de impotência diante de um mundo insano.
Mentes doentes.

Tua imagem

Pintei tua imagem bela e cheia de luz.
Um dia, ela sumiu sem pista deixar.
Quando a reencontrei tempos depois,
estava desfocada e sem o brilho teu.
Terei chance de te pintar novamente?
Ou será fantasia de uma noite insone?

Perdi o sol

Eu já sabia, mas fui conferir. Há dois anos, no outono, uma Nogueira centenária e frondosa - além de outras árvores menores - garantiam o sol na minha janela até 18h.
Hoje, com a eliminação das vegetações e a construção de um espigão de 19 andares no lugar, o sol é escondido às 16h. No meio da tarde, fica escuro e mais triste na minha janela.
Irrito ou não?

Andando

Serás capaz de esperar quando ando devagar?
Serás capaz de correr quando apresso o passo?
Serás capaz de andar ao meu lado quando ao teu lado estou?
Sim, submeta a mim as mesmas questões.
Então, saberemos se podemos andar juntos.

Minha vitamina


Pela manhã, uma delícia: vitamina com leite desnatado, linhaça, aveia e mamão.
Substitui o pão, o queijo, a margarina e outros ingredientes do tradicional desjejum.

Garcia Márques não morreu

O escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, 85 anos, não morreu, como noticiaram algumas redes sociais hoje. A notícia foi desmentida pela presidente Fundação de Novo Jornalismo Ibero-Americano (FNPI), instituição fundada por Márquez). As informações são da Rádio Nacional da Colômbia. A notícia teria sido postada por um correspondente da Al Jazeera e se espalhou pela conta do Twitter @UmbertoEcoOffic.
O jornalista tem obrigação de não acreditar na primeira fonte e correr atrás de outras. O imediatismo da internet faz com que sejam divulgadas notícias erradas todos os dias. Depois, o espaço para correção não é o mesmo da primeira.

Bicampeões na raça

Somos bicampeões gaúchos, Inter. Ganhamos do Caxias por 2 a 1, mas poderia ter sido mais.
Valeu o título, a virada, a luta e o apoio da torcida.
Agora, temos que buscar o título nacional, não esquecendo de que precisamos de reforços para a árdua disputa.
Vamos em frente, colorado. Acredito em ti!

sábado, 12 de maio de 2012

Mãe

Mãe deve ser festejada o ano todo. Um dia especial foi criado e disseminado pelos magos do marketing. Então, a gente segue o andar da carruagem. Estou indo para Barra do Ribeiro, onde está a dona Suely, em cujo ventre encontrei meu primeiro caminho. Antes, porém, deixo abraços e beijos para todas as amigas mães e para as mães de vocês. Também para aquelas que partiram, pois sempre estarão na lembrança e no coração de cada filho(a).

Noite de chuva

Que noite!
Fui acordado por volta das 3h da madrugada por uma chuva forte que batia na janela. Custei a dormir - acho que isso aconteceu depois que os pingos ficaram miúdos.
E, no raiar do dia, fui obrigado a puxar a coberta. Esfriou e dei 346 espirros, que acordaram a vizinhança. Não sei quando sairei daqui. Afinal, é sábado frio.
Bom dia, amig@s.

Love of my life

Escutando Love of my life, do Queen.
É o tipo de hino eterno, que permanece na nossa memória e no coração.  
A voz estupenda do Freddie Mercury é tudo de bom.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

É impedimento


Impedido!
Não adianta chorar, não mudará nada. 

Mas o Leandro Euzébio, autor do gol de empate do Flu, está na banheira. 
Um corpo à frente. 
E o auxiliar?

Eliminação, apesar do bom futebol

O Inter jogou bem, como time grande. Desbravou o campo do Fluminense, como um verdadeiro Libertador da América -, perdeu gols e merecia a classificação. Mas, como já aconteceu em outras ocasiões, foi abatido pelo ataque aéreo. No domingo, porém, seremos campeões.
Lamento que alguns vizinhos sofridos, carentes de títulos, mantenham a arrogância e a empáfia. E, às vezes, o preconceito. Repito: alguns. Pelo menos se livraram dos estoques de foguetes nesta madrugada.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Repita a façanha, Inter

O jogo contra o Fluminense se aproxima. Com ele, a tensão. A dúvida. A incerteza. Peraí, já tivemos um jogo parecido com este. Corria o mês de dezembro de 1975 e o Inter foi ao Maracanã enfrentar a chamada "máquina", que tinha Félix, Carlos Alberto Torres, Edinho, Marco Antônio, Rivelino, Paulo César Caju, Gil. Jogo ganho este do dia 7 , segundo os cariocas. O Inter passeou no maior do mundo, aplicando 2 a 0 ao natural, com gols de Lula e Paulo César Carpegiani. O nosso time: Manga, Valdir, Figueroa, Hermínio e Chico Fraga, Caçapava, Falcão e Paulo César, Valdomiro, Flávio e Lula. Os laterais titulares Cláudio Duarte e Vacaria, machucados, não jogaram.
Então, colorados, é hora de repetir a "façanha" contra um time que já está vendendo pacotes para o jogo contra o Boca. É hoje, Internacional!!!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Oscar joga

Oscar vai para o jogo do Inter amanhã contra o Flu pela Libertadores.
Pressionada, a CBF mandou para a Conmebol o ofício que deveria ter encaminhado desde o início.
Chega de falcatrua!
Vejam o documento definitivo:


Grito e olhar

Será que é preciso gritar?
Para os verdadeiros, não.
Para estes, basta um olhar.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Volta, gol e choro de Oscar


O Inter estava sem jogadores titulares em todos os setores do time - seis atletas - , mas contava com o retorno de Oscar depois de 47 dias impedido pela Justiça. O garoto jogou bem, fez o gol de empate que dá certa vantagem ao Inter, e se emocionou muito. Nem poderia ser diferente, depois de toda a carga de tensão no período em que ficou fora. 
Parabéns, Oscar! És colorado, com certeza! E vamos Inter!!!

Minha lua





Ontem te vi, te admirei, me encantei...
Já tinha dito tudo antes!
Lua!!!!!!!!

Inter lota o estádio do Caxias


Esta foi a torcida do Inter em Caxias. 
Se não lotou, não foi culpa nossa...
E vamos entupir o Beira-Rio no domingo. 
Nada está ganho, mas vamos gritar pela nossa vitória. 
Vamos, Inter!

domingo, 6 de maio de 2012

Viva a França, viva o socialismo, viva a vitória de Hollande

François Hollande, do Partido Socialista, foi eleito neste domingo presidente da República da França. Hollande derrotou Sarkozy no segundo turno das eleições presidenciais com 51,9 % dos votos, contra 48,1 %, segundo as estimativas feitas pelo instituto Ipsos para o jornal Le Monde", a France Télévision e a Radio France a partir dos primeiros boletins de apuração.
Depois de François Mitterrand, em 1981 e em 1988, François Hollande é o segundo presidente socialista da Quinta República francesa, fundada em 1958.
Os demais institutos deram resultados semelhantes : TNS Sofres (52% para Hollande) ; Ifop (52,7%) ; Harris (52,1%) e CSA (51,8%).
Multidões se reúnem diante da sede do PS, no tradicional Bairro Latino e na histórica Praça da Batilha, onde manifestam entusiasmo pela vitória dos socialistas. A derrota de Sarkozy é vista pelas principais forças de esquerda, entre elas o Partido Comunista, agrupadas na Frente de Esquerda, como um passo importante para inicar o enfrentamento às políticas neoliberais e conservadoras que levaram a França à beira do abismo.
O presidente derrotado Nicolas Sarkozy admitiu a derrota dizendo que agora voltará a ser "um francês entre os franceses... sabendo que a vida é feita de sucessos e derrotas".
Manuel Valls, um dos dirigentes do Partido Socialista, disse estar emocionado com a vitória de Hollande. Para ele, a partir de agora a tarefa será "ardente e magnífica".

Não a vi

Sou um desalmado. Sonhei com ela, pensei nela ao longo do dia, mas não a vi. A lua, que tanto amo e por quem faço prosas e versos, foi deixada de lado. Tudo para que eu ficasse trancado dentro de casa, diante do computador, para concluir um trabalho acadêmico. E, irônicamente, meu artigo para a disciplina de História da Arte enfoca a Modernidade, onde um dos momentos principais é o Mundo Romântico na pintura, na literatura, na filosofia, na música e na arquitetura. Ou seja, nas artes e nas ideias.
Não, não fui ver a lua porque não me bastava um minuto para admirá-la. Eu precisaria de muito mais. Passei rápido aqui e vejo que está todo mundo pasmo com a visão. Gente, desligo novamente o Face porque o trabalho continua. Tenho ainda o intervalo para o jogo do meu Inter desfalcado à tarde. À noite, me dedicarei à lua. Somente a ela!

Lua muito cheia

Sonhei com ela, acordei pensando nela. Certamente, passarei o dia esperando por ela.
À noite, não tirem os olhos do céu: veremos a maior lua cheia de todos os tempos.
É de namorar!

Amar

Não consigo viver sem amar, sem tocar onde menos imaginas, sem voar sem ti nas minhas asas, sem andar pelas ruas sem a tua mão, sem olhar em olhos que não sejam os teus. Ah, o teu beijo não existe outro, não existe toque como o teu, carinho igual... Assim vivo ou não!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Temor

Não me tema. Eu, que deveria sentir medo de mim, já o perdi faz tempo.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Na adolescência


No túnel do tempo. A amiga Dudu Baum enviou um documento histórico: o convite de formatura no curso ginasial, da Escola São José, de Barra do Ribeiro, em 1970. Eu tinha 15 anos. Lembro de todos, embora não tenha mais visto alguns. Outros, lamentavelmente, partiram para outro plano. Quem estiver na relação, no Face ou em outra rede social, se apresente!
Estes momentos são importantes, pois era a adolescência de cada um de nós. Cada um seguiu o seu rumo, mas o tempo não apaga as boas lembranças, especialmente de amigos que não estão mais aqui, como o Antônio da Rosa Pereira e o Jean Luiz da Silva. Ainda bem que estivemos juntos várias vezes que fui na Barra. Ah, muitos continuam lá.