quarta-feira, 25 de julho de 2007

Crítica e esclarecimento no caso do acidente da TAM

Recebi e-mail de um colega jornalista que admiro, especialmente porque é sincero na crítica que faz à minha preferência política, sendo eu um repórter. A resposta: em nenhum momento, esta opção prejudicou minha atuação profissional. Não misturo as coisas. No entanto, meu amigo apóia um dos inúmeros textos que tenho enviado ao mundo virtual sobre os exageros da mídia no caso do avião da TAM. É bom ler o que ele escreveu:
"Mesmo sendo você um indefectível defensor do Governo Federal, devendo, por vezes, ser criticado pela ausência da crítica - propriedade que considero indispensável ao exercício do jornalismo- está, neste momento, rigorosamente coberto de razão. Meu colega, nunca assisti tamanha ignorância explicitada em nossos jornais, rádios e TVs, concedendo generosos espaços à crítica demagógica e inconseqüente ao Governo, culpando-o pela tragédia em Congonhas. Além de ter o privilégio de ser seu colega, também
pertenci à Força Aérea e cheguei a 2º oficial de vôo internacional na Varig. Tenho mais de cinco mil horas de vôo e já operei em Congonhas e morava próximo a este aeroporto. Portanto, conheço razoavelmente o local e os procedimentos de pouso neste aeródromo. Como a gente se corresponde via e-mail, aproveito para afirmar, sem nenhuma dúvida, antes mesmo da abertura das caixas pretas e análise dos dados de vôo, navegação, procedimentos e fala dos pilotos, que o culpado pelo acidente é quem estava pilotando o avião no momento do acidente. O cara não conseguiu ficar dentro da pista, tentou como último recurso o conhecido "cavalo-de-pau", não conseguiu rodar os 180 graus que esta manobra normalmente proporciona e saiu pela lateral, para atravessar a avenida e chocar-se com o prédio.
Daí os oportunistas de plantão trataram de, irresponsavelmente, por sua própria ignorância e, aproveitando-se do desconhecimento técnico da quase totalidade dos leitores e jornalistas, espalhar que a culpa era das autoridades e do presidente. Um absurdo. Os mesmos de 1964, que interromperam minha carreira, com perseguição política e seus seguidores, se articulam, novamente para caluniar e criar condições para golpear a democracia. Mas o preço de nossa liberdade é nossa vigilância. Sei que você é competente e dedicado a isso. Um abraço e tudo de bom."

Um comentário:

Arthurius Maximus disse...

Incrivelmente profético! Os dados das caixas pretas parecem apontar para isso. Corroborados ainda, pela afirmação divulgada hoje pela AIRBUS de que se os manetes de aceleração do avião não estiverem na posição "x" se ele estiver com o reversor travado, o mesmo não executa a frenagem. Realmente, tudo indica até o momento uma falha do piloto e da própria empresa, que com sua ganância não retirou o avião de circulação. Tendo em vista inclusive que, no site da própria TAM, o lucro vem em primeiro lugar e a segurança do vôo só em terceiro. Curioso não?