quarta-feira, 30 de abril de 2008

Sensacionalismo na mídia

Ontem, foi comemorado o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa. Tenho lido com freqüência manifestações de donos de veículos de comunicação e de seu prepostos em defesa da liberdade absoluta. Ou seja, os jornalistas devem escrever ou falar o que querem. Por isso, foi oportuna a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, durante uma atividade comemorativa ao dia. O ministro ressaltou que os profissionais devem estar atentos à responsabilidade de informar corretamente a sociedade, evitando abusos que são cotidianos. Ainda está na mente de todos o caso da Escola Base de São Paulo, em 1994, quando parte da mídia publicou matérias acusando os diretores da instituição de praticarem abusos sexuais. Eles foram inocentados na Justiça depois de terem sido condenados pela Imprensa.
Parece que a lição não foi aprendida. Os veículos buscam o sensacionalismo a qualquer custo. O caso do assassinato da menina Isabella Nardoni virou um show que dá Ibope e, por conseqüência, enche os bolsos dos donos de emissoras, jornais e revistas. Casos semelhantes acontecem diariamente no Brasil, sem ganhar uma linha sequer nos jornais. Mais: o episódio do jogador Ronaldo com travestis, no Rio, será explorado à exaustão. Hoje, abri um site onde a manchete era "Conheça a suíte onde Ronaldo se hospedou com os travestis". E a torcida (leitores, telespectadores, internautas) adora, como mostrou recente pesquisa de opinião.

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