domingo, 24 de agosto de 2008

Moradores lutam pela manutenção da identidade da Cidade Baixa em Porto Alegre




Entre idas e vindas, moro na Cidade Baixa, em Porto Alegre, há mais de 20 anos. É o bairro do meu coração, onde tenho familiares, amigos e conhecidos. Este pedaço de Porto Alegre sofreu modificações ao longo de duas décadas. Era um bairro familiar, com moradores tomando chimarrão ou batendo papo nas calçadas. A gurizada jogava bola em ruas como a Alberto Torres entre a passavam e um ou outro carro.
Mudou! A Cidade Baixa, da Rua Lima e Silva e adjacências, foi tomada por um comércio efervecente, especialmente de bares noturnos. O movimento cresceu, a alegria é vista dia e noite em todos os cantos. Com isso, aumentou o interesse dos empreendedores imobiliários. Edifícios novos foram construídos, mas sempre obedecendo um certo limite.
A mudança aconteceu no final do primeiro semestre deste ano. Começou a surgir o zum-zum-zum de que a Lima e Silva abrigaria um espigão com 18 andares, o que certamente tiraria a luz dos quintais de muitas casas e das janelas de alguns prédios. O primeiro sinal foi a transferência do bar cubano Sierra Maestra - muito freqüentado - para outro lugar da cidade. Inclusive, no dia 15 de julho, tirei uma foto do prédio (imagem 3), muito bonito por fora, por dentro e no seu quintal, que abriga árvores e dezenas de pássaros.
Ontem, 23 de agosto, fizemos um ato em frente aos destroços de dois prédios - falta derrubar ainda o posto de gasolina/garagem - e recebemos apoio de moradores e de motoristas que transitavam pela Lima e Silva. Ninguém é contra o progresso e desenvolvimento, mas a favor da preservação e da qualidade de vida. A Lima e Silva, rua estreita, já não agüenta tanto trânsito e ficará pior com o espigão. O sol não nos iluminará. O ato foi o primeiro de uma série que visa impedir a construir ou, pelo menos diminuir o número de andares da prédios. Um abaixo-assinado circulará por estabelecimentos contrários à construção. Participe desta luta de moradores e freqüentares da Cidade Baixa, bairro que quer sobrevir como ponto de encontro e lazer.

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