domingo, 8 de fevereiro de 2009

A voracidade do PMDB

A derrota do senador petista Tião Viana, do Acre, para o ex-presidente "imortal" José Sarney revela que a fome do PMDB é maior do que se imaginava. Ao ganhar as presidências do Senado e Câmara o partido mais fisilogista do Brasil mostra voracidade e eleva o seu poder de barganha para as eleições presidenciais de 2010. Torna-se ainda maior e mais faminto por cargos, como um gigante disforme, sem cor ideológica, mas fortalecido o suficiente para voltar a sonhar com a possibilidade de lançar candidatura própria. Ou usando seu fortalecimento da forma que melhor sabe fazer: em troca de posições na máquina pública, seja quem for o próximo ocupante do Palácio do Planalto.
Entendo que está reeditado o famoso “Centrão” do período da ditadura e dos primeiros anos de volta dos civis ao poder. Michel Temer, representante da “ala tucana” do partido, vai comandar a Câmara pela terceira vez. José Sarney, mais simpático ao PT, cumprirá um terceiro mandato na presidência do Senado. Desde 1991, o partido não ocupava, simultaneamente, a presidência das duas casas.
Tenho lido comentários a respeito e noto que os comentaristas políticos estão meio perdidos sobre este avanço peemedebista. Ninguém sabe a cara do “monstro” que está sendo parido. Uns veem um fortalecimento da aliança PT-PMDB e da eventual candidatura da ministra Dilma Rousseff. Outros apontam uma vitória do governador de São Paulo, José Serra, pela proximidade com a ala representada por Temer. Por enquanto, quem parece ter faturado mesmo são os próprios peemedebistas, que detêm seis ministérios e, nas eleições municipais de outubro passado, fizeram o maior número de prefeitos, cerca de 1,2 mil.
Muita coisa virá nos próximos meses, como o PMDB de protagonista ou de coadjuvante imprescindível. Aguardemos.

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