Menina de nove anos engravidou após sofrer abuso.
Padrasto foi preso.
Arcebispo excomungou mãe de menina e médicos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista nesta sexta-feira (6) que "a medicina está mais correta que a Igreja" no caso da menina de nove anos que ficou grávida após sofrer abuso sexual e teve a gestação interrompida.
O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a mãe, os médicos e outros envolvidos no aborto.
"Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento, eu diria, conservador como esse. Ou seja, não é possível que uma menina estuprada por um padrasto tenha esse filho até porque a menina corria risco de vida. Eu acho que, nesse aspecto, a medicina está mais correta que a Igreja. A medicina fez o que tinha que ser feito: salvar a vida de uma menina de nove anos", disse.
O presidente deu as declarações após a cerimônia de lançamento do programa Território de Paz, em Vitória. Ele afirmou que agora, a menina deverá passar por tratamento psicológico. "Agora, o trabalho psicológico que vai ter que ser feito em cima dessa menina pra recuperar a cabeça dela possivelmente leve décadas para que ela volte à normalidade."
"Vocês viram essa semana, em Recife, um padrasto violentou sexualmente uma menina de nove anos de idade. Nós sabemos que isso acontece e que isso é um processo de degradação da estrutura da sociedade. Se pai e mãe não estiverem bem, pode ficar certo que os filhos não estarão bem. Por isso, pai e mãe têm sempre que dar o exemplo de comportamento", disse.
O caso aconteceu no estado de Pernambuco, mas não na capital, Recife, e sim no município de Alagoinha. O padrasto da menina foi preso, suspeito de ter abusado da garota e ser pai dos bebês que ela esperava. De acordo com a polícia, a menina sofria violência sexual desde os 6 anos
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