quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FIJ condena ataques do governo de Honduras contra jornalistas

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) condenou os ataques contra a Rádio Globo e a televisão Canal 36, de Tegucigalpa, capital de Honduras, por forças policiais e militares a mando do governo golpista de Roberto Micheletti. Além dos constantes toques de recolher, no domingo (28), o governo hondurenho baixou decreto que autoriza o fechamento de veículos de comunicação, dissolução de atos públicos e prisão de pessoas que incitem reações e oposição às suas ações.
Em documento encaminhado a veículos de comunicação e autoridades internacionais, o secretário geral da FIJ, Aidan White, condenou as ações do governo de Roberto Micheletti contra os veículos de comunicação que informam o quadro de crise no país e as atividades do presidente deposto, Manuel Zelaya, que está abrigado na Embaixada do Brasil. "O livre exercício do jornalismo não pode ser condicionado”, disse, defendendo o retorno às atividades normais dos veículos que foram atacados pelo governo.
White defendeu as ações das filiais da FIJ na região e da Federação de Jornalistas na América Latina e Caribe (FEPALC) com vista à cessação de todos os ataques contra a mídia, como a proposta feita por Celso Schröder, Vice-presidente da FENAJ e presidente da FEPALC, de envio urgente de uma missão das organizações sindicais da América Latina para apoiar os jornalistas hondurenhos. A entidade pede que a Organização dos Estados Americanos (OEA) tome medidas para assegurar as liberdades de expressão e de imprensa em Honduras.
O comunicado da FIJ registra que outros meios de comunicação hondurenhos, como a Radio Progresso, encerraram suas atividades na cobertura da crise em função das ameaças dos militares. O diretor da estação, o padre Ismael Moreno, teria sido ameaçado de morte.
Há informações, também, de que repórteres das agências internacionais Reuters e Associated Press foram forçados a sair da área próxima à embaixada brasileira em função da repressão contra manifestantes que se aglomeraram no local, e de que um jornalista da Rádio Liberdade, foi barbaramente espancado e preso, sem que lhe permitam receber os devidos cuidados médicos na prisão.
Para a FIJ os ataques cada vez maiores contra o livre exercício do jornalismo só agravam a crise política e impedem qualquer possibilidade de um acordo com mediação internacional para a superação dos conflitos.

Fonte: FENAJ - http://www.fenaj.org.br

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