segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mobilização pelo diploma em Passo Fundo

Os acadêmicos do curso de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo (UPF) e profissionais da região estarão mobilizados para defender a obrigatoriedade da exigência do diploma acadêmico para o exercício da profissão. O ato que ocorre nesta quinta-feira (17), em todo o Brasil é chamado pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e a Coordenação da Campanha em Defesa do Diploma que denominaram como Dia Nacional de Luta pela aprovação das Propostas de Emenda Constitucional (PECs) que prevêem o retorno da exigência do diploma. O sindicato gaúcho conclama todos os cursos de jornalismo e profissionais a realizarem mobilizações. Em Passo Fundo, o curso de jornalismo da UPF e o Sindicato dos Jornalistas promovem ato às 10h, na Praça Marechal Floriano, em frente à Catedral.
Para o presidente do sindicato, José Maria Rodrigues Nunes, a escolha de Passo Fundo como a cidade que irá centralizar o movimento no Estado, é uma maneira de alertar toda a população da importância da formação específica e o trabalho que é desenvolvido no interior do Estado. ‘’Temos dito que o jornalismo feito no interior é tão profissional quanto aquele realizado na capital e manifestações como essa são extremamente importantes para mostrar, não só para a categoria, mas a toda a sociedade. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) representa um retrocesso para o jornalismo brasileiro e com certeza dependerá da nossa mobilização para mudarmos essa realidade. Por isso é importante a participação de todos os jornalistas e estudantes’’, comenta.
Nunes convida a todos que usem preto como forma de mostrar a contrariedade à decisão do supremo, e motiva ainda que dentro das redações os profissionais se manifestem com 40 minutos de silêncio fazendo alusão aos 40 anos de regulamentação profissional. ‘’Sei que é um desafio, mas seria importante marcar essa data com uma manifestação simbólica como essa’’, declara.
De acordo com a coordenadora do curso de Jornalismo da UPF, Sônia Bertol, as turmas de publicidade e os demais interessados também estão convidados a participar. ‘’É no curso de Jornalismo que os futuros profissionais têm lições de ética, a qual os conduzirá na abertura de janelas para os cidadãos que contemplem a credibilidade e a isenção, oferecendo informação de qualidade produzida para fomentar a cidadania. São argumentos já muitas vezes repetidos, mas que contêm a essência da profissão e de sua função social. Em palavras simples, é esta essência que a sociedade brasileira quer ver restabelecida, a qual tem no diploma de jornalismo um símbolo de respeito à opinião pública e da prática do exercício da democracia e do acesso à informação de qualidade’’, afirma Sônia.
A delegada regional do sindicato Gilda Pinheiro, lembra que a decisão do STF ocorrida em 17 de junho do ano passado que extinguiu a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão, atendeu a um recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF). ‘’Os oito votos a um atenderam apenas os interesses de parte dos donos da mídia, agora é nossa responsabilidade mudar essa situação, por isso é importante a mobilização’’, declara.
O segundo vice-presidente do sindicato, Jorge Correa, que irá coordenar as atividades em Passo Fundo, pede que todos os 19 cursos de jornalismo e as redações de todo o estado participem da mobilização. ‘’O sindicato estará em Passo Fundo, mas é importante que em outros municípios também ocorram manifestações como essa’’, conclui.

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