quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fenaj e FIJ repudiam agressões a jornalistas no Egito

Comemorada pelo povo egípcio, a queda do governo de Hosni Mubarak, anunciada no dia 11 de fevereiro, representou, também, a suspensão de um dos mais violentos ataques ao jornalismo internacional. As agressões à liberdade de imprensa, contudo, não conseguiram impedir que o trabalho dos profissionais de imprensa, aliado ao uso de novas ferramentas tecnológicas, como twitter e facebook, revelasse ao mundo a realidade dos 18 dias de conflitos.

As agressões aos jornalistas brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, que após desembarcarem no Egito foram detidos por 18 horas e depois expulsos do país, ao editor do jornal Zero Hora, Luiz Antônio Araújo, que após ser agredido ao cobrir uma manifestação pró-Mubarak, teve sua maquina fotográfica apreendida, e dos jornalistas Fernando Duarte (O Globo), Jamil Chade (O Estado de São Paulo) e Samy Adghirni (Folha de São Paulo), que tiveram seus quartos invadidos por autoridades egípcias em busca de imagens do conflito, compuseram o cenário de mais de 140 ataques registrados contra repórteres estrangeiros.

Em apelo internacional para que cessassem os ataques contra jornalistas no Egito, o presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Jim Boumelha, denunciou, no dia 4 de fevereiro, um conjunto de agressões. “Alguns jornalistas foram presos, outros espancados e suas câmeras danificadas. Outros foram raptados. Recebemos relatos de agressões a jornalistas da BBC, CNN, CBS e de vários meios de comunicação europeus, como a TV2 dinamarquesa, televisão suíça, enviados especiais do rádio e da televisão pública espanhola, RTVE, os jornais espanhóis ABC e El Periódico, o diário belga Le Soir, Associated Press, o canal russo Zvezda, a difusão pública do TRT da Turquia, televisão polaca TVP, a TV Al Arabiya, além do fechamento dos escritórios da Al Jazeera, entre outros”.

Na oportunidade, além de um apelo mundial de apoio aos jornalistas, a FIJ enviou uma série de orientações aos correspondentes internacionais, através do Instituto de Segurança das Notícias (Insi) e disponibilizou uma conexão de telefone especial de satélite para ser instalado no Sindicato dos Jornalistas Egípcios. A entidade também cobrou do então primeiro-ministro do Egito, Ahmed Chafik, a plena responsabilidade pela proteção dos jornalistas.

A mais recente denúncia, da americana CBS, expõe que, no dia 11 de fevereiro, a jornalista Lara Logan, uma das mais conhecidas correspondentes internacionais da rede, foi violentada quando cobria as comemorações da queda de Mubarak. "Logan foi cercada, e então brutal e continuamente violentada e espancada, antes de ser salva por um grupo de mulheres, ajudadas por cerca de 20 soldados egípcios", revela comunicado oficial da empresa.

Mesmo após a renúncia de Mubarak, a FIJ prossegue atenta aos desdobramentos dos acontecimentos no Egito e buscando assegurar a proteção aos jornalistas.

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