terça-feira, 20 de setembro de 2011

Gaúcho integrante da pátria Brasil

Nós, gaúchos, comemoramos hoje - 20 de setembro - uma guerra que perdemos. E não estou mentindo. Mas são as glórias que brotaram deste dia em todas as áreas - literatura, política, música, historiografia - que ameaço comemorar. Não sou gaúcho que anda a cavalo, não tomo chimarrão, não danço chula, mas gosto do "bah, tchê". E de outras expressões que conheço ou que encontro na excelente obra de Luís Augusto Fischer, "Dicionário de Porto-Alegrês". Por isso, viva o dia 20 de setembro, dia do gaúcho. Para complementar, transcrevo texto do jornalista Marco Rolim aqui no Face: "Entramos no 20 de setembro, uma data que me faz sentir um exilado em meu estado. Valorizo algumas boas coisas do tradicionalismo, mas não consigo homenagear “heróis” senhores de escravos. Comemorar um movimento que, se vitorioso, teria transformado a metade do RS em um país? Hoje, o que aparece como “cultura gaúcha” é uma invenção se sobrepõe à diversidade cultural do RS. Sem espaço para a crítica, o MTG vai abrigando grossura, misoginia e homofobia, formas de apreço pela violência.
 

6 comentários:

Ana Lúcia disse...

Estava aqui pensando sobre isso. Não sou gaúcha de tomar chimarrão, gostar da lida campeira, MTG, não concordo com o estereótipo da prenda... Mas amo essa terra, sua musicalidade, sua cor, seu frio, seu acolhimento, penso que somos aguerridos, mas não da forma como nos é colocado. Enfim, sou gaúcha, embora muitas coisas não me agradem. Me agrada o espírito gaúcho. tá na hora de dar um novo sentido a essa data.

Raquel disse...

A maior historiadora rio-grandense Sandra Pesavento, defendia esta ideia em seus livros, o mais basico deles: RS: Cultura & Ideologia

Kelly disse...

Fantástico!!! Até que enfim um comentário inteligente, na verdade, brilhante. Tradicionalismo para mim sempre foi o culto à grossura, brutalidade, misoginia, até, e homofobia. Não me sinto representada no dia 20 de setembro. Sou Brasileira.

Juarez Ribeiro disse...

Penso que tradição não é a mesma coisa que tradicionalismo. Sou professor de história e me sinto cada vez mais incomodado com esse pessoal do MTG que acredita ter o domínio sobre a cultura do RS apresentando sua versão pasteurizada do passado conservador gaúcho. A cultura gaúcha é muito mais que isso!!!!

Margarete disse...

Foi necessária a morte dos negros que lutavam pela causa farroupilha e pela própria liberdade na negociação da paz na revolução , os farroupilhas incluiram uma cláusula que concedia a liberdade a todos os negros que lutassem na revolução. A Batalha de Porongos , foi o último confronto da Revolução Farroupilha que Resultou no massacre do Corpo de Lanceiros Negros de Teixeira Nunes , e a paz entre Império e Republicanos . Para que nunca se esqueçam NA NOSSA HISTORIA o significado e o valor da palavra LIBERDADE , e OS VERDADEIROS HERÓIS que pouco são lembrados.

José Antônio Carvalho disse...

Felizmente o racismo do passado pouco se vislumbra no tradicionalismo atual, entretando, o especismo, o machismo e a necessidade de se mostrar primitivo, ainda é comum. O egocentrismo parece fazer parte da manifestação cultural que ora observamos.