segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Eu não tive medo

Naquele dezembro quente de 1975, eu estava com medo. Tinha chegado no Beira-Rio às 10h de um jogo que começaria às 16h. Mas era assim, não tinha jeito. O estádio, ainda novinho, recebia quase 100 mil pessoas, que ficavam espremidas e levavam comida e bebida na sacola. Então, os nervos ficavam à flor da pele pela espera. Quando Figueroa fez o gol de cabeça e tornou do Inter campeão do Brasil pela primeira vez, pensei que tinha alcançado a glória. Ouvi muitos colorados mais vetaranos dizerem: "pronto, agora posso morrer."
Mal sabiam eles que aquele dia em que saímos em carnaval do Beira-Rio até o centro de Porto Alegre era o começo de uma longa trajetória de vitórias. Tínhamos deixado de ser um clube regional para ser nacional e, mais recentemente, internacional, fazendo jus ao nome. Ontem, com pouco mais de 35 mil pessoas que chegaram quase em cima da hora do jogo, ninguém mais ousou dizer aquela frase de 1975. Todos sabem que novas glórias virão. E eu não estava com medo.

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