segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O mal do pré-julgamento

Meu vizinho faleceu. E não é um qualquer. Trata-se da pessoa que, na sexta-feira, foi motivo de uma nota aqui e no Facebook. Eu reclamava que ele ouvia rádio e televisão em alto volume na madrugada e ao amanhecer. Seu Pedro, com cerca de 90 anos, sofria de surdez, morava sozinho e era visitado ocasionalmente pelas filhas, a quem peço desculpas, mesmo não as conhecendo. O fato revela o mundo louco em que vivemos. Eu morava ao lado de alguém que não conhecia. É que eu entrava por uma porta do prédio e ele por outra. Uma vez reclamei para o síndico e ele disse que a pessoa era idosa e que outros vizinhos já tinham feito reclamação semelhante. Só isso. Até que fiz a nota. Ontem, no meio da manhã, uma vizinha que tradicionalmente batia em seu apartamento, notou silêncio. Como tinha chave, entrou. Ele estava vestido, sentado no sofá. Parecia dormir. A situação serve de lição para mim e para todos nós. Primeiro, conhecer mais as pessoas. Segundo, não fazer pré-julgamentos. Descanse em paz, seu Pedro.

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