Descobri que sou um viciado em cafeterias. Aonde vou, tem
uma me espiando, me chamando, me seduzindo. Sempre arranjo um jeitinho para,
antes de outra coisa, sentar à mesa de uma delas e pedir um expresso, um
carioquinha, um pingado. Sempre com uma garrafa de água, que pode virar duas ou
três, dependendo do meu tempo. Ah, o tempo.
Sempre que vou ao supermercado preciso de bastante folga.
Antes de passear pelos corredores e encher o carrinho, tenho que ir à
cafeteria. No cinema é a mesma coisa. Preciso chegar bem mais cedo porque,
depois de comprar o ingresso, ela me chama para o café e a água. O mesmo ritual
é cumprido quando vou à minha analista, na faculdade ou no trabalho.
Em determinados momentos, penso que criaram as cafeterias
só para mim, pois existe uma em todos os lugares que vou. Quando preciso fugir
de minha casa/escritório/sala de estudos, o refúgio é na cafeteria. Ah, não
bebo somente o café e a água. Eu preciso de um livro, de um jornal, de meu
celular com internet. E de meus olhos porque é preciso observar a procissão de
gente nos caixas do supermercado, espiar o horário da sessão do cinema, esticar
o pescoço para admirar a bela moça que desfila em frente.
É, sou viciado em cafeterias e no que elas me
proporcionam. Sim, trabalho, estudo, faço exercício, vou à psicóloga, converso
com amigos e tenho minhas "ites". Uma delas: cafeterite.
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