domingo, 10 de junho de 2007

Venezuela: liberdade de expressão?


Tenho lido barbaridades a respeito da não-renovação da concessão à emissora de televisão RCTV pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez. A grande mídia chama esta atitude de "atentado à liberdade de expressão", sem assinalar que os canais de rádio e televisão são bens públicos administrados por empresas privadas por meio da concessão do Estado. Não li em nenhum veículo qualquer menção à cassação de concessões nos Estados Unidos (centenas!!!!!), no Japão, na Europa ou em qualquer outro País considerado "democrata" pela nossa imprensa nos últimos anos.
Além disso, todos ocultam que o golpe militar contra Chávez em abril de 2002 teve a participação ativa da RCTV, ao lado de grande empresários e latifundiários. Existem na Internet diversos vídeos e artigos provando a participação da emissora no golpe que decretou o fim do mandato de parlamentares e destituiu juízes. Pergunta: o que fariam estes mesmos empresários da comunicação se alguns de seus colaboradores decidissem fazer greve ou adotassem outra atitude que interrompesse a programação de suas emissoras ou a edição de seus jornais e revistas? Rua, certamente.
Pois bem: Chávez, com todos os defeitos que reconheço, exerceu um direito que era seu. A emissora participou do golpe para derrubar um presidente eleito democraticamente e continuava agindo na mesma direção. Renovar a concessão ou não é um direito do governante. Isso é fato, ignorado solenemente pela grande mídia. Não é novidade ...

Um comentário:

Jorge Correa disse...

Recebi do Ignacio Ramonet

Por que ninguém protestou quando a RCTV foi fechada em 1976, por difusão de notícias falsas, ou quando foi lacrada em 1980, por sensacionalismo, ou quando foi fechada em 1981, por difusão de programas pornográficos, ou quando foi condenada, em 1981, por ter ridicularizado o presidente da República?