Laerte Braga, Adital
“Foi essa a forma encontrada pelos golpistas hondurenhos para tentar "legitimar" a quartelada patrocinada pelos Estados Unidos e "democraticamente" convocar o povo de Honduras a votar nas eleições de domingo. Soldados armados, mascarados (para evitar serem identificados, muitos são agentes da CIA e do MOSSAD), disparando bombas de gás lacrimogêneo e pimenta contra manifestantes em San Pedro de Sula, norte do país e em vários outros pontos.
Líderes da oposição foram presos, caminhões com urnas e cédulas previamente marcadas foram incendiados quando descobertos por organizações internacionais de direitos humanos e observadores internacionais, só os favoráveis ao golpe.
Nas eleições presidenciais de 2006 (o eleito foi Manuel Zelaya) o comparecimento às urnas foi de 56% do eleitorado e mesmo assim contando quase um milhão de eleitores hondurenhos que moram nos Estados Unidos. Neste pleito o não comparecimento foi de cerca de 70% dos eleitores inscritos em território de Honduras e não se tem idéia ainda do número de votantes no exterior. Vários movimentos estavam em campanha dentro do território dos EUA para o boicote às eleições. As primeiras notícias dão conta que em New York o número de votantes hondurenhos não passou de 700, exíguo diante do contingente eleitoral naquela cidade.
O governo dos EUA é um dos únicos (os outros são Colômbia, Peru e Canadá) que se dispõe a reconhecer o pleito como legítimo, mesmo considerando que houve um golpe de estado. É possível que o congresso do país dê sequência à farsa devolvendo o governo a Zelaya e assim "cumprir" o acordo/mentira firmado entre os golpistas e o presidente deposto. Zelaya já declarou que não reassumirá nessas condições, pois não vai legitimar o golpe.
Há denúncias de irregularidades e coação em vários departamentos. Prisões, ameaças, casos dos funcionários públicos intimados a votar sob pena de sanções e empregados de grandes empresas norte-americanas no país ameaçados .
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