Quando o assunto é agrotóxico, o Brasil desponta nas listas mundiais. Além de liderar o seu uso no campo, o país é o sexto maior importador. Entre 2000 e 2007, por exemplo, a entrada desses produtos aumentou 236% e o consumo segue um ritmo quatro vezes maior que a média mundial.
Os dados estão no Monitoramento do Mercado de Agrotóxicos, documento divulgado esta semana pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo as informações, esses números contêm uma série de irregularidades. No ano passado, 606 toneladas e nove milhões de litros de agrotóxicos foram apreendidos. Havia produtos feitos fora dos padrões da Anvisa e alguns com prazo de fabricação vencido. É comum também que as informações da embalagem escondam certos malefícios.
As maiores vítimas, como se sabe, não são as empresas produtoras e tampouco os grandes agricultores. Quem está na mira do veneno são o trabalhador rural e o meio ambiente, que sofre com a contaminação de solo, águas e nos próprios alimentos. O último levantamento da Fiocruz mostrou mais de três mil pessoas intoxicadas, com 23 casos de morte. É dessa agricultura que os atores do agronegócio se orgulham.
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