Em fevereiro último, o juiz Rafael da Silva Marques, da 29ª Vara do Trabalho de Porto Alegre, concedera liminar em Mandado de Segurança obrigando o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul a filiar duas pessoas não formadas em Jornalismo, o bacharel em Direito Edwin Rudyard Wolff Dick e a médica Elisete Pereira de Souza. Nesta quarta-feira, 8 de setembro, a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, por unanimidade de votos, publicou acórdão tornando sem efeito a decisão anterior.
"É uma vitória para a categoria, e fortalece as PEC pró-jornalistas para chegarem ao plenário do Congresso Nacional", comemora o presidente do Sindicato, José Maria Rodrigues Nunes. "Segundo o Supremo Tribunal Federal, todos podem exercer a profissão de jornalista, mas no nosso entender nem todos são jornalistas - somente os diplomados. E a sindicalização e a carteira de jornalista jamais foram requisitos para exercer a profissão", explica.
O presidente da entidade viu o mandado de segurança como uma interferência jurídica dentro do associativismo, inadmissível em um país onde todos têm direitos sociais. "Conceder carteira a quem não é jornalista profissional banalizaria um documento civil com validade nacional, permitindo seu uso impróprio", aponta.
Para o advogado do Sindicato, Antonio Carlos Porto Junior, é a primeira decisão importante do TRT sobre um tema polêmico e problemático, que ajuda a desfazer a má interpretação entre trabalhar no Jornalismo e ser jornalista. "Foi decidido pelo STF que o Jornalismo pode ser exercido por quem não é bacharel, sendo possível trabalhar no Jornalismo sem ser jornalista, mas isso nao faz a pessoa jornalista. Ao mesmo tempo, não pode haver sindicalização compulsória, e vale para ambos os lados. O Sindicato é de bacharéis em Jornalismo, e não pode ser obrigado a aceitar quem não é bacharel", explica Porto.
Agora, as carteiras expedidas para Dick e Elisete deverão ser recolhidas. "Ao conferir carteira de jornalista a quem não seja bacharel, está se cometendo uma ilegalidade brutal", declara o advogado.
14 comentários:
Aos poucos estamos retomando o que nos é de direito. Nossa luta nos trará resultados positivos. Continuemos
com certeza! boa essa !
Como é bom ler algo assim!
Demorô!
Aliás o que uma médica pretendia fazer com registro de jornalista?
Nossa, tb fico feliz. Essa notícia só traz esperança de que esse quadro será revertido!
Fico feliz com a notícia!
Não tenho dúvidas; nossa vitória é certa. Precisamos resgatar o que nos foi tirado barbaramente. Nosso diploma é de um valor sem igual. Estejams juntos nesse momento.
É verdade. Respaldar Paulo Pimenta, e aglutinar mais apoio no Congresso, no resgate de nossa "identidade" que foi tirada de forma arbitrária e desrespeitosa. Deus meu...médica e advogado devem estar em hospital e tribunal respectivamente.
Ufa! O nosso direito começa a retomar sua forma. Esta é uma boa e respeitável notícia. Resulta da luta dos nossos sindicados e de todos nós trabalhadores do Jornalismo.
Espero que continuemos avançando, inclusive com a aplicação das propostas e teses aprovadas no 34º Congresso Nacional de Jornalistas.
Crítica - Mas ainda falta um olhar mais atento dos nossos sindicatos e federação aos jornalistas assessores de imprensa e suas funções. Inclusive permissão/convite para uma maior participação interna,como na composição de chapas para concorrer à cargos diretivos exatamente como assessores e na defesa desta área de trabalho. Desta forma eu não teria passado o vexame que passei no Congresso, quando jornalistas de língua portuguesa me execraram por ser assessor de imprensa. Tive que ouvir de colegas que assessor de imprensa tem que entregar a sua carteira sindical quando assume tal função. Isso tem que mudar!
Edgar Pont - Jornalista Assessor de Imprensa.
Putz, os caras, médica e bacharel , ainda queriam , na marra, o usufruto da filiação - com carteirinha e tudo - no Sindicato?É muita desfaçatez e cara dura de alguns,hein,tchê?
Pelo menos, agora , haverá um maior entendimento sobre "trabalhar em jornalismo e ser jornalista" - o que irá reforçar, sem a mínima dúvida, a PEC da obrigatoriedade do diploma.
Saudações jornalísticas !!!!
Que notícia maravilhosa!
Uhuuu!!! a peleia vale a pena... Parabéns a todos nós!!!
Fico muito feliz de saber que demos este passo. Vamos em frente!
Não está morto quem peleia.
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