sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Comissão de Fábrica na Volks no ABC comemora 25 anos de luta

Os 25 anos da Comissão de Fábrica dos Trabalhadores na Volkswagen, completados hoje, são resultado da insistência da categoria em levar adiante a organização no local de trabalho. Foi a segunda Comissão conquistada pelos metalúrgicos do ABC - a primeira foi na Ford em 1981.
Valdir Freire, o Chalita, atual coordenador, divide a existência da Comissão em três fases. A primeira vai da sua conquista até 1987, quando ocorre a consolidação da Comissão.Depois, recorda ele, vem a fase da Autolatina, a união de Volks e Ford, que durou até 1993, como um período de embate contra demissões em massa.Por fim, vem a reestruturação da montadora, marcada com a luta dos trabalhadores pela manutenção da fábrica aqui no ABC, e que vai até o último acordo de investimentos, em setembro do ano passado.

Democracia

O importante dessa trajetória é o compromisso da Comissão com os trabalhadores', salientou Chalita. 'Foram muitas batalhas, embates, greves, protestos, lutas, avanços e alguns recuos no período, nas quais os trabalhadores sempre foram os atores principais dessa história', destaca ele.
O dirigente ressalta a mudança na relação de trabalho, de um ambiente autoritário para um estágio de democracia, como um dos mais importantes avanços. 'Antes, não opinávamos sobre nada na produção. Hoje tudo o que a fábrica pensa para o ambiente de trabalho é tratado com a Comissão. E a Comissão leva para ela toda reivindicação ou necessidade dos trabalhadores' completa.
Para o diretor do Sindicato Wagner Santana, o Wagnão, esse espaço não se deve à responsabilidade social da fábrica, mas ao poder de organização, da luta dos companheiros por respeito e cidadania. ' Na maior parte do País, os sindicatos mal conseguem chegar na porta das fábricas. Que dizer então de estar presente dentro delas', finaliza.

Disputa envolveu comissão da Volks

Logo após romper a greve dos companheiros na Scania, em maio de 1978, a diretoria do Sindicato intensificou o trabalho de base junto aos militantes sindicais para elevar o nível de mobilização da categoria. O resultado foi a primeira grande greve da categoria já no ano seguinte. Em resposta ao avanço sindical, a Volks contra atacou. Aproveitando a intervenção do Ministério do Trabalho no Sindicato, em 1980, a montadora comandou uma eleição para montar uma representação dos trabalhadores a seu favor.
Os seus objetivos eram o de antecipar a luta por uma comissão autêntica e esvaziar a influência do Sindicato e mantê-lo à distância. No entanto, com poucos votos e distante da base, a comissão da Volks teve vida curta. Em 1982, a empresa foi obrigada a ceder à pressão e abriu negociações com o Sindicato. O processo culminou com a conquista da Comissão de Fábrica dos Trabalhadores. O acordo com o estatuto da CF foi assinado em 25 de outubro de 1982 e a primeira gestão tomou posse no dia 17 de dezembro, com 21 de seus 24 membros eleitos com o apoio do Sindicato.

Na foto acima, do arquivo do metalúrgicos do ABC, o protesto dos trabalhadores na WW em 1992.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

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